O Produto Interno Bruto (PIB) nacional caiu 31,7% no segundo trimestre, face ao mesmo período de 2019, devido à pandemia de covid-19, segundo o relatório das Contas Nacionais Trimestrais, divulgado esta sexta-feira, 9, pelo Instituto Nacional de Estatística.
No documento é referido que a “brusca queda da atividade económica refletiu o impacto da pandemia da covid-19, que se fez sentir de forma mais intensa no referido trimestre” de 2020, marcado ainda pelo confinamento da população, em abril e maio, e paralisação da atividade empresarial.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o PIB do país tinha crescido 5,9% em cada um dos dois trimestres anteriores e 6,9% no terceiro trimestre de 2019, um dos valores mais altos dos últimos anos. No segundo trimestre do ano passado, o crescimento foi de 5,0%.
A queda da economia cabo-verdiana de abril a junho é justificada pelo INE com a forte quebra, em termos homólogos, nas exportações de bens e serviços, que incluem o turismo (-76,3%), no investimento (-27,2%) e no consumo privado (-14,3%), enquanto o investimento público aumentou 9% e as importações caíram 35,8%.
No acumulado do primeiro semestre de 2020, o PIB - toda a riqueza produzida no país – caiu, em termos homólogos, 13,1%, enquanto que no mesmo período de 2019 tinha crescido 4,9%.
O turismo garante cerca de 25% do PIB nacional, com um recorde de 819 mil turistas em 2019, mas o arquipélago está encerrado a voos internacionais desde 19 de março, para conter a pandemia de covid-19, com reflexos na economia nacional e a perspetiva de uma taxa de desemprego a duplicar para quase 20% até final do ano.
O indicador do INE confirma que o setor do alojamento e restauração caiu 96,1% no segundo trimestre, depois de uma quebra de 8,5% no anterior. No segundo trimestre de 2019, o setor tinha crescido 11,3%.
Cabo Verde conta com um acumulado de 6.717 casos diagnosticados de covid-19 desde 19 de março e 71 óbitos associados à doença, no mesmo período.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e sessenta e três mil mortos e mais de 36,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Com Lusa
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