O preço médio dos combustíveis à venda em Cabo Verde vai aumentar 4,54% em fevereiro, após uma redução em janeiro, continuando 10,92% acima dos preços cobrados no período homólogo, divulgou hoje a Agência Reguladora Multissetorial da Economia (ARME).
Em comunicado que atualiza os novos preços máximos dos combustíveis, que entram em vigor às 00:00 de quarta-feira, 01 de fevereiro, a ARME refere que o aumento médio foi de 4,54%, com aumentos mais expressivos na gasolina (7,26%), butano (5,92%), do fuelóleo 380 (5,24%), fuelóleo 180 (5,07%), gasóleo normal (3,61%), gasóleo marinho (3,22%), eletricidade (3,08%) e petróleo (2,95%).
Quando comparado com o mês de fevereiro de 2022, a ARME indicou que a variação média dos preços dos combustíveis corresponde a um aumento de 10,92% e, relativamente à variação média ao longo do ano em curso, corresponde a um acréscimo de 2,22%.
Deste modo, de acordo com a nova tabela de preços, a gasolina passa a ser vendida por 138,90 escudos (1,25 euros), o petróleo 158 escudos (1,43 euros), o gasóleo normal a 142,90 escudos (1,19 euros), o gasóleo para a eletricidade a 133,80 escudos (1,21 euros), o gasóleo marinho a 112,10 escudos (1,01 euros), fuel 380 a 94,40 escudos (0,8 euros) e fuel 180 a 99,40 escudos (0,9 euros).
Por seu turno, o gás butano passa a ser vendido a granel por 153,90 escudos (1,39 euros), sendo que as garrafas de três quilos a 439 escudos (3,98 euros), as de seis quilos a 924 escudos (8,37 euros), as de 12,5 quilos a 1.924 escudos (17,44 euros) e as de 55 quilos a 8.466 escudos (76,77 euros).
A agência cabo-verdiana justificou os novos aumentos, que vigoram até 28 de fevereiro e depois de uma redução de 10% em janeiro, com “alguma volatilidade” nas cotações do petróleo ‘Brent’ em janeiro nos mercados internacionais.
“Os principais motivos da subida dos preços do petróleo, no mês de janeiro, têm que ver com a reabertura das fronteiras da China e a perspetiva de crescimento da sua economia acima do esperado, sinalizando o fim da política ‘covid zero’ e o aumento da demanda de petróleo a nível global, dado que se trata de um dos principais países compradores desta”, explicou a ARME.
A agência cabo-verdiana alertou ainda que, a previsão do Departamento de Energia dos Estados Unidos da América e da Organização dos Países Exportadores de Petróleo apontam para um aumento do consumo global de petróleo, podendo atingir níveis recordes em 2023.
“E sendo alavancado essencialmente pelo crescimento da atividade económica na Índia e na China e, finalmente, com a desvalorização do dólar norte-americano, tornando o petróleo mais barato para outros países e aumentando a sua demanda, dado que a sua cotação internacional é denominada nesta moeda”, completou.
Segundo a ARME, a subida foi atenuada, sobretudo, pela manutenção das previsões de recessão económica global em 2023, principalmente das economias dos Estados Unidos e da Europa, e pelo aumento, acima do esperado, dos ‘stocks’ norte-americanos de petróleo.
A mesma fonte explicou ainda que a presente atualização de preços dos combustíveis já teve em consideração a lei que aprova o Orçamento do Estado para 2023, que altera as taxas de Direitos de Importação (DI) e as taxas de Imposto sobre o Consumo Especial (ICE), constantes da Pauta Aduaneira, aprovada em 2019.
O diploma “aumenta a taxa de DI sobre a gasolina, de 10% para 20%”, mantendo-se os valores relativamente ao fuel em 0%, e a taxa de ICE sobre o gasóleo e a gasolina em seis escudos (0,05 euros) por litro.
O arquipélago enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago - desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19.
Em 2020, registou uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB, seguindo-se um crescimento de 7% em 2021 impulsionado pela retoma da procura turística.
Para 2022, devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia, nomeadamente a escalada de preços, o Governo cabo-verdiano baixou a previsão de crescimento de 6% para 4%, que em outubro voltou a rever, em alta, para 8% e já no final de dezembro para 10 a 15%.
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