O atleta paralímpico cabo-verdiano Marilson Semedo, segundo melhor de África e 14º a nível mundial, acaba de anunciar que vai interromper a actividade desportiva por tempo indeterminado “devido à falta de condições” financeiras e de treinamento. O atleta de São Domingos, recordista nacional, aponta o dedo ditectamente ao Comité Paralimpico De Cabo Verde, Federação Caboverdiana de Desporto Adaptado e Instituto do Desporto e da Juventude.
“Venho através desta, comunicar que vou interromper por tempo indeterminado a minha carreira como Atleta Paralímpico. Esse interrompimento é devido a falta de condições para continuar essas atividades: faltam condições de treinamento, faltam condições financeiras para suportar as despesas desta atividade que tanto amo e tanto me dediquei”, começou por dizer Marilson Semedo num comunicado que o próprio partilhou esta manhã nas redes sociais.
“Como todos sabem, vim para Portugal com o objectivo de ter melhores condições de treinamento e de preparação afim de poder alcançar outros patamares nas modalidades que prático, nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, fiz um novo Recorde Nacional, fiquei entre os dez melhores atletas na minha competição, passei a ser o número dois no Ranking Áfricano e décimo quarto a nível Mundial, e passados sete meses o silêncio das nossas autoridades é total, que tive que me desenrascar para sobreviver aqui em Portugal”, desabafou.
O atleta paralímpico cita directamente o Comité Paralimpico De Cabo Verde, a Federação Caboverdiana de Desporto Adaptado e o Instituto do Desporto e da Juventude pelo seu abandono e silêncio. Razão pela qual, decide interromper a carreira, sem data de retoma. “Não por minha vontade, mas sim por esses motivos descritos neste comunicado”, reforça.
Marilson Semedo, esclarece que tinha a intenção de participar no Campeonato de Mundo deste ano, mas vê essa possibilidade ficar para trás. “A época desportiva já vai a meio, tinha o objectivo de ir ao Campeonato do Mundo deste ano do qual estou qualificado, mas sem treinos, e sem a devida preparação, vejo essa participação a ficar para trás, não por minha culpa, pois a minha vontade é de estar sempre a competir e a representar o meu país”, lamenta.
Comentários
mrvadaz, 29 de Mar de 2025
Tem a minha solidariedade, eu sei e conheço muito bem o funcionamento das nossas instituições e assumpção das suas responsabilidades. O dinheiro só não acaba para as viagens e outras mordomias.
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