A Rainha congolesa, Diambi de Bakwa Indu, da Província de Kasai Central, disse hoje na Cidade da Praia que tenciona trazer a Cabo Verde uma casa de afrodescendentes para reconectar os países da África e mobilizar investimentos. O "grande evento" em preparação vai ser a "reunião da Nação Crioula do Mundo", juntando afrodescendentes da América, Brasil, Colômbia e das Caraíbas.
Por uma semana, Diambi de Bakwa Indu está a visitar Cabo Verde pela primeira vez e a sua agenda iniciou esta manhã num encontro com o Presidente da República, José Maria Neves.
Em declaração à imprensa no final do encontro com o Chefe do Estado, a Rainha Diambi de Bakwa Indu avançou que é uma honra muito grande estar em Cabo Verde com um povo “tão forte”.
“Conversamos sobre como podemos fazer para seguir em frente e eu com o título de Rainha da Ordem do Leopardo, é importante se reconectarmos com a nossa história com a nossa identidade africana que tem um poder muito grande e muitos não o sabem”, disse Diambi de Bakwa Indu.
Conforme sintetizou a Rainha, neste encontro foram abordados três tópicos importantes, o primeiro que tem a ver com o poder tradicional de África, visto que, assinalou, há reis e rainhas africanos que almejam visitar Cabo Verde para fazer um trabalho de reconciliação com o povo cabo-verdiano.
O segundo aspecto é apoiar Cabo Verde com a preparação de um “grande evento”, a reunião da Nação Crioula do Mundo.
A última, tem a ver com a sua intenção de trazer uma Casa de Afrodescendentes a Cabo Verde visando a mobilização de investimentos por afrodescendentes e a concessão de assistência técnica, financeira e organizacional a empresários e outros agentes económicos na diáspora, para o seu fortalecimento.
“A terceira coisa é acerca da minha intenção de termos aqui uma casa para os afrodescendentes que estão na América, ilhas caribenhas como Cuba, Brasil e Colômbia”, enfatizou Diambi de Bakwa Indu.
“Ser um ponto com as comunidades africanas por forma a permitir que os países possam vir aqui para se reconectarem com as suas famílias africanas e para realizarem projectos conjuntos, investir, estudar, aprender a cultura e viver, porque não”, acrescentou a Rainha.
A escolha de Cabo Verde para esse fim, argumentou, passa pelo facto de o arquipélago ser uma terra “simbólica” e de grandes lutas, sendo que é, igualmente, um ponto estratégico para a ligação da África, Europa e América.
“É uma terra com um ponto de energia bem intensa de questionamento, de pensamento e de força, porque houve uma luta muito grande também para a independência africana”, frisou.
Disse estar ciente de que o PR vai considerar o projecto, uma vez que o mesmo irá apresentar Cabo Verde ao mundo, que é uma nação sinónimo de resiliência com uma cultura rica que não usufrui de recursos naturais, mas pode oferecer ao mundo os recursos intelectuais, recursos emocionais e espirituais que “não têm preço e o mundo precisa para curar”.
Para a Rainha congolesa, o produto africano é “bem diverso e complexo” e a identidade africana precisa unir-se, as crianças precisam saber que o “futuro do mundo é em África e não na Europa ou América”.
“Muitos outros continentes estão procurando a África para solucionarem muitos problemas, nomeadamente, da sustentabilidade e de recursos naturais”, apontou.
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