Na abertura do 13º Encontro de Escritores de Língua Portuguesa, José Maria Neves celebrou a literatura no ano em que se assinala o cinquentenário da independência de Cabo Verde, lembrando os escritores nacionais Eugénio Tavares, Baltasar Lopes, João Vário, Germano Almeida e Arménio Vieira, cujas obras contribuíram para projetar a alma cabo-verdiana no espaço da lusofonia e do mundo.
O Presidente da República, José Maria Neves, presidiu esta tarde à abertura do 13º Encontro de Escritores de Língua Portuguesa, na Biblioteca Nacional, na cidade da Praia. Num discurso que celebrou a literatura como o "alicerce mais sólido da nossa construção identitária" no ano do cinquentenário da independência de Cabo Verde, o presidente da República lembrou escritores nacionais como Eugénio Tavares, Baltasar Lopes, João Vário, Germano Almeida e Arménio Vieira, cujas obras contribuíram para projetar a alma cabo-verdiana no espaço da lusofonia e do mundo.
Em sintonia com o tema do encontro – “Independência, Literatura, Inteligência Artificial” - promovido pela UCCLA (União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa) e pela Câmara Municipal da Praia, José Maria Neves considerou a lusofonia como “um projeto civilizacional em perpétua construção”, passando em revista a herança intemporal de Luís Vaz de Camões, ao mesmo tempo que lançou um apelo à reflexão ética perante o desafio "simultaneamente fascinante e inquietante" da Inteligência Artificial.
Inteligência Artificial não substitui a sensibilidade humana
O presidente da República salientou o valor da língua portuguesa enquanto património vivo e universal e refletiu sobre os desafios que a Inteligência Artificial coloca à criação artística. Segundo José Maria Neves, a técnica não pode substituir-se à sensibilidade humana, e a literatura tem a missão de preservar o mistério e a beleza que nenhuma máquina consegue traduzir.
“Mais do que recear o novo, cumpre-nos compreendê-lo. A literatura, guardiã da alma e da sensibilidade, tem aqui uma missão inadiável: preservar o mistério e a beleza que nenhuma máquina poderá traduzir”, afirmou o chefe de Estado.
Encontro restitui à cultura o seu papel central na construção do futuro
Segundo José Maria Neves, este Encontro de Escritores, ao propor o diálogo entre Independência, Literatura e Inteligência Artificial, restitui à cultura o seu papel central na construção do futuro. E destacou que, num tempo dominado pela velocidade e volatilidade, é necessário devolver profundidade ao pensamento, densidade à emoção e permanência ao espírito.
O presidente frisou, ainda, que o encontro é uma oportunidade para novos poetas interrogarem o sentido da vida, ensaístas humanizarem a dúvida e artistas resgatarem o sagrado da palavra, reforçando que a literatura é o espaço onde os povos se pensam, se transformam e se reconciliam com a própria humanidade.
Enaltecendo a organização, José Maria Neves descreveu o encontro como um “hino à liberdade criadora e à diversidade, um tributo à imaginação e à dignidade da palavra”.
O 13º Encontro de Escritores de Língua Portuguesa, que termina neste sábado, 18, reúne escritores, investigadores e leitores, propondo debates sobre literatura, identidade, lusofonia e os desafios contemporâneos da criação artística, reforçando a importância da cultura como alicerce da sociedade e instrumento de diálogo entre povos.
C/Inforpress
Fotos: PR
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