Joaquim Arena e Mário Lúcio semi-finalistas do Prémio Oceanos em prosa no Brasil
Cultura

Joaquim Arena e Mário Lúcio semi-finalistas do Prémio Oceanos em prosa no Brasil

Dois cabo-verdianos, Joaquim Arena e Mário Lúcio Sousa, estão entre os 20 semi-finalistas lusófonos do Prémio Oceanos 2023 – Literatura em Língua Portuguesa, que premeia o vencedor com 150.000 reais, qualquer coisa como 3.200 contos. Arena concorre com o romance “Siríaco e Mister Charles” e Sousa é candidato pela obra “A Última lua do Homem Grande”.

Primeira vez na história do prémio, dois júris diferentes avaliam os inscritos de poesia e os de prosa/dramaturgia. O site do galardão informa é a divulgação das listas de 21 livros semifinalistas de poesia, entre 1.188 inscritos, e 20 livros semifinalistas de prosa (romance, conto, crônica e/ou dramaturgia) entre 1.466 inscritos. O total de 41 obras semifinalistas são escritas por autores de quatro nacionalidades diferentes: 24 brasileiros, 14 portugueses, dois cabo-verdianos e um moçambicano; publicadas por 29 editoras do Brasil, Portugal e Moçambique. 

Desse leque constam dois cabo-verdianos, Mário Lúcio Sopusa,  que compete com “”A Última lua do Homem Grande” e Joaquim Arena, com “Siríaco e Mister Charles”.

Na prosa, destaca-se a presença equivalente de autores brasileiros e portugueses – nove e oito, respectivamente –, além dos únicos cabo-verdianos Mário lúcio e Joaquim Arena.

Para chegar à lista de 41 semifinalistas, 159 jurados, de cinco nacionalidades diferentes – Angola, Brasil, Cabo-Verde, Moçambique e Portugal –, leram 2.654 livros inscritos nesta edição do Prêmio Oceanos. Cada obra foi lida por três jurados diferentes e recebeu notas que vão de 0 a 10. As melhores colocadas integram a atual lista, que respeita, por regulamento, o limite de 70% de livros de autores de uma mesma nacionalidade.

Se Mário Lúcio Sousa já é conhecido nestas paragens, destaque para Joaqueim Arena, vencedor da 5.ª edição do Prémio Literário Arnaldo França, em 2022, com o livro "O Sabor da Água da Chuva e Outras Memórias da Amiga Perfeita". 

Joaquim Arena, para quem não sabe, nasceu em 1964. Aos seis anos foi viver para Lisboa, onde a família se instalou.
Licenciou-se em Direito e dedicou-se à música e ao jornalismo. No final dos anos noventa regressou a Cabo Verde, onde fundou o jornal O Cidadão, em São Vicente. Mais tarde é assessor cultural da Alliance Française local, ao mesmo tempo que exerce advocacia. Foi ainda conselheiro cultural e de comunicação do Presidente da República de Cabo Verde, entre 2017 e 2021. Joaquim Arena é autor dos livros Um Farol no Deserto (2000, IPC), A Verdade de Chindo Luz (2006, Oficina do Livro), Para Onde Voam as Tartarugas (2010, Caminho) e Siríaco e Mister Charles (Quetzal, 2022). Em 2016, o seu trabalho ensaístico Debaixo da Nossa Pele — Uma Viagem foi distinguido com a menção honrosa do Prémio Imprensa Nacional/Vasco Graça Moura.

Os semifinalistas do Prémio Ocreanos:

Poesia

Canina, de Andreia C. Faria | Edições Tinta-da-china

Arranjos vazios para letras cheias, de Clara Delgado | Urutau

Alma corsária, de Claudia Roquette-Pinto | Editora 34

O pai do artista, de Daniel Arelli | Círculo de poemas - Luna Parque e Fósforo

Uma mulher só não faz verão, de Daniela Rezende | Urutau

A vida não funciona como um relógio, de Edimilson de Almeida Pereira | Quelônio

Barro rebelado, de Evandro Camperom | Editora Patuá

Engenheiro fantasma, de Fabrício Corsaletti | Grupo Companhia das Letras

Entre costas duplicadas desce um rio, de Guilherme Gontijo Flores | Ars et Vita

Os campos calcinados, de Iacyr Anderson Freitas | Faria e Silva Editora

Ultramarino, de Januário Esteves | Cordel de Prata

Nem só de amor vive Afrodite, de Julia Peccini | Casa Philos

Lagar de fala,de Júlio Machado | Urutau

O meu corpo humano, de Maria do Rosário Pedreira | Quetzal Editores

Istmo, de Nathália Lima | Urutau

O itinerário do curativo, de Nicolas Behr | Editora Reformatório

Paraíso, de Pedro Eiras | Porto Editora

O gosto amargo dos metais, de Prisca Agustoni | 7Letras

Diário da Encruza, de Ricardo Aleixo | Editora Segundo Selo

Firmamento, de Rui Lage | Porto Editora

Adriano, de Tatiana Faia | Não (edições)

Prosa

Para os que ficam, de Alex Andrade | Confraria do vento

O manto da noite, de Carola Saavedra | Grupo Companhia das Letras

Beatriz e o poeta, de Cristovão Tezza | Todavia

Vou sumir quando a vela se apagar, de Diogo Bercito | Editora Intrínseca

Matoa, a febre do batuque, de Hélder Muteia | Alcance Editores

Um cão no meio do caminho, de Isabela Figueiredo | Editorial Caminho e Todavia

A História de Roma, de Joana Bértholo | Editorial Caminho

Naufrágio, de João Tordo | Companhia das Letras

Siríaco e mister Charles, de Joaquim Arena | Quetzal Editores

Quando éramos peixes, de José Gardeazabal | Companhia das Letras

Somos a primeira pessoa do plural, de José Luís Peixoto | Editorial Fundza

Lembremos do futuro, de Julián Fuks | Grupo Companhia das Letras

Misericórdia, de Lídia Jorge | Dom Quixote

Vinco, de Manoela Sawitzki | Grupo Companhia das Letras

A última lua de homem grande, de Mário Lúcio Sousa | Grupo LeYa

Com meus dentes de cão, de Paulo Paniago | Letramento

A história invisível, de Sofia Nestrovski | Editora Fósforo

Três mulheres no beiral, de Susana Piedade | Grupo LeYa

O que pesa no Norte, de Tiago Germano | Moinhos

Vertigens, de Valentina Silva Ferreira | Infinito Particular

 

 

Partilhe esta notícia

Comentários

  • Este artigo ainda não tem comentário. Seja o primeiro a comentar!

Comentar

Caracteres restantes: 500

O privilégio de realizar comentários neste espaço está limitado a leitores registados e a assinantes do Santiago Magazine.
Santiago Magazine reserva-se ao direito de apagar os comentários que não cumpram as regras de moderação.