O documentário "Canhão de Boca", que aborda o papel da Rádio Libertação na luta pela independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde, será exibido em festivais de cinema em França e Estados Unidos, segundo a programação dos dois eventos.
Realizado por Ângelo Lopes, o documentário cabo-verdiano foi produzido em 2016, no âmbito do concurso DocTV da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
"Canhão de Boca", expressão usada pelo "pai" das independências de Cabo Verde e Guiné-Bissau, Amílcar Cabral, para designar a Rádio Libertação, vai ser exibido a 20 de abril no Festival Internacional do Filme Panafricano, em Cannes, França, que contará com a exibição de 50 filmes.
O documentário cabo-verdiano integrará ainda a seleção do Festival de Cinema Africano do Texas, que decorre entre 29 de junho e 03 de julho, e conta 46 películas a concurso.
"Canhão de Boca" é um documentário de 52 minutos, realizado por Ângelo Lopes e produzido por Samira Pereira, da produtora O2, que aborda a construção da liberdade em Cabo Verde, a partir dos programas de rádio.
O documentário conta com participação de Amélia Araújo, a principal locutora e animadora da Rádio Libertação, estação emissora criada em 1967 e utilizada pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) para difundir as suas ideias durante o conflito que o opôs ao Exército português na luta pela independência (1963/74).
Participam também a economista e comentarista cabo-verdiana Rosário Luz e o diretor da Rádio Morabeza de Cabo Verde, o português Nuno Andrade Ferreira.
O documentário foi exibido pela primeira vez em Cabo Verde, em maio de 2017, tendo nesse ano conquistado o prémio de melhor documentário no festival Oiá, no Mindelo, e uma menção honrosa no Festival Internacional de Cinema da Praia.
Com Lusa
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