I
Eu libertar-me-ei. Eu limitar-me-ei hoje na canção a cantar. O cantar… a tocar as guitarras de peixe, numa manhã de um qualquer amanhã com o silêncio dos pássaros, suflar-me-ei nas ondas. Sim. Navegar-me-ei na navegação doutros por minha própria conta quando acreditei-me que existe uma alma que me proteja e segreda-me sempre que “estamos juntos” com a confiança, com a inteligência na construção de alicerces e de socalcos basálticos: pedra a pedra, nos olhos herdeiros do futuro com cognac de festas.
II
Eu sem descobrir o número da porta por onde se entra à procura de mistérios d’Almas&Guitarras de Peixe ou d’identidade «L’ Origine du Monde». (Tudo é sabido onde alguma coisa fala de si própria). Sem sopro, sem conforto e com amuos quando vejo o célebre quadro «l’Origine du Monde» e de descobrir a coragem de Constance Quéniaux que se postou nua de «modèle au célèbre nu de Gustave Courbet” a desafiar e a oferecer o corpo aos olhos e luzes. Eu e as outras almas somos as mesmas e as outras somos todos Guitarras de Peixe ou «L’Origine du Monde».
II
Eu adoro estar viúvo e adoro o meu eterno anel. Nas ilhas gostaria que as pedras fossem mais leve do que a água e a brotar palavras, pão e esperanças. Com os Deuses das pequenas coisas (Sem Deuses das abelhas e das formigas). Ó falar-me-ei mais alto do que voos de Garça-boieira ou Garça-branca ou Garça-vermelha e cotovias antes de sugarem doces néctar. Ó nas noites tristes e de lestadas jurar-me-ei e solidarizar-me-ei com os gemidos das rãs e o labutar árduo das formiguinhas. Ah, nas noites alegres soletrar-me-ei, “Picassos Last Word”, na inspiração literal e púrpura da canção de Paul MCCartney.
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