O caso mais mediático da atualidade, com repercussão internacional, vem despertando um senso identitário do povo cabo-verdiano de uma forma como nunca antes. Parece que a palavra "racismo" nunca foi tão discutida como agora. A morte brutal do estudante Luís Geovani (de acordo com as informações) vem formando uma onda nunca antes de solidariedade nacional e não só. (Reivindicações por respeito, igualdade de tratamento, justiça e isenção de superioridade racial).
Está claro que o racismo é um tema profundo, na medida em que nele reside questões da consciência, da identidade, da ética e da educação no sentido mais abrangente possível. Um País com um alto grau de educação humana, científica e espiritual saberá que qualquer tipo de descriminação é anti cultura e fere o intelecto, e sobretudo, demonstra um certo senso de complexo de inferioridade latente.
Pode ser que este não é o melhor momento de o cabo-verdiano se autoafirmar, talvez seja o momento oportuno de uma profunda e "descomplexada" reflexão histórica, psicológica e humana.
Que a boa harmonia paire entre Portugal e Cabo Verde, que os Portugueses reconheçam que são apenas seres humanos e não simplesmente uma "raça" e que os cabo-verdianos saibam reconhecer o seu valor, independentemente da sua cor ou situação geográfica.
O valor de um ser humano ultrapassa a dimensão geográfica ou cor da pele. Quem se posiciona de outra forma revela uma gritante ignorância, que como tal, não merece nenhuma resposta plausível.
Meu sentimento sincero á família do nosso irmão Luís Geovani. Que a justiça seja feita.
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