A Associação de Armadores, Pescadores e Peixeiras de Santa Cruz informou hoje que tem a decorrer um conjunto de acções de sensibilização com foco na segurança, preservação do ecossistema e sustentabilidade da actividade.
Em declarações à imprensa, Francisco Veiga, presidente da associação, em resposta às recentes ocorrências, como o episódio trágico em São Vicente na madrugada de segunda-feira, 11 de Agosto, tem levado à cabo acções de sensibilização para que os pescadores respeitem os comunicados e alertas do tempo e evitem sair para a faina em situações que os coloca em perigo.
“Temos trabalhado intensamente para alertar os nossos pescadores a não se aventurarem para além de determinados limites, principalmente em situações de mau tempo ou quando há alertas emitidos pelas autoridades. Acreditamos que a natureza deve ser respeitada e que a segurança de todos é prioridade”, afirmou Veiga.
Igualmente, ressaltou que estão a orientá-los acerca da preservação do ecossistema marinho.
Nesse sentido, destacou a preocupação com a captura excessiva de pequenos peixes, como o txitxarrinho, utilizados como isca, especialmente durante o período de chuvas, quando há o aumento de espécies menores devido à entrada de água-doce no mar.
“Estamos a dialogar com os pescadores para estabelecer limites na captura desses pequenos peixes, pois essa prática é fundamental para a preservação da biodiversidade marinha. Os pescadores já demonstram compreensão e sensibilização nesse aspecto, o que nos dá esperança de que essa mudança será bem recebida”, acrescentou.
Além das acções de sensibilização, a associação pretende promover discussões junto ao Governo para viabilizar a aquisição de embarcações de maior porte, com o sentido de ampliar a segurança marítima e a rentabilidade da pesca artesanal.
Segundo Veiga, a saída para garantir maior rendimento e segurança é a implementação da pesca semi-industrial, promovendo uma actividade mais sustentável e lucrativa.
“Com a migração dos peixes para além da costa, é fundamental que os nossos pescadores tenham condições de explorar novos recursos de forma segura e responsável. Estamos a trabalhar para fortalecer essa transição e garantir o crescimento sustentável da nossa actividade”, concluiu.
Estas ações reflectem o compromisso da comunidade pesqueira de Santa Cruz com a protecção dos recursos marinhos e a segurança dos seus profissionais, num momento em que o sector enfrenta desafios decorrentes de mudanças climáticas e migração de espécies.
A tempestade que assolou a ilha de São Vicente na madrugada de segunda-feira, 11, resultou em oito mortos, sendo sete pelas enxurradas e uma por eletrocussão, estando ainda três pessoas desaparecidas e 12 desalojados.
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A equipa do Santiago Magazine