O Banco Mundial aprovou hoje um apoio de emergência de 10 milhões de dólares para reforçar a resposta aos danos provocados pelas cheias que causaram oito mortos e três desaparecidos, anunciou o primeiro-ministro de Cabo Verde.
O apoio, que corresponde a 8,5 milhões de euros foi acionado ao abrigo de um programa de cooperação para ajudar os esforços do Governo numa recuperação económica resiliente e equitativa, com o Banco Mundial a permitir um desembolso imediato, adiantou Ulisses Correia e Silva, na página oficial do Facebook.
O governante agradeceu ao Grupo Banco Mundial pela “resposta célere" ao pedido efetuado por Cabo Verde "e pelo elevado sentido de solidariedade” perante a necessidade de emergência social e infraestrutural, para proteger as pessoas e reconstruir com maior resiliência”.
A tempestade, na madrugada de segunda-feira, provocou oito mortos e três desaparecidos na ilha de São Vicente, onde casas e estradas foram destruídas, pontes colapsaram e alguns bairros ficaram inundados.
Também foram registados danos em Santo Antão e São Nicolau, com o Governo a declarar situação de calamidade por seis meses nos três municípios, para permitir a mobilização urgente de recursos.
Na terça-feira, um contingente de 30 militares e polícias, três viaturas e material para limpezas e transporte de água chegou para apoiar as operações de resposta e recuperação em São Vicente.
O Presidente da República, José Maria Neves, deslocou-se hoje à ilha para visitar zonas afetadas, reunir com autoridades e contactar famílias atingidas, sublinhando "a tranquilidade” e o “engajamento cívico” da população face à destruição.
Cabo Verde decretou dois dias de luto nacional.
A Câmara Municipal de São Vicente começou hoje a entregar um subsídio de cerca de 181 euros às famílias dos oito mortos, com o autarca a adiantar que está a ser feito um levantamento das famílias desalojadas, para que possam igualmente receber apoio imediato.
Moradores em São Vicente têm feito pedidos de alojamento, ao mesmo tempo que solicitam alimentos e água, enquanto retiram lama e destroços das casas.
As ruas em São Vicente continuam cobertas de detritos, há pontes destruídas, árvores caídas e veículos inutilizados.
Um gabinete de crise foi criado para coordenar a resposta. Ulisses Correia e Silva garantiu prioridade ao realojamento, distribuição de cestas básicas, apoio psicológico e reconstrução das infraestruturas, em articulação com instituições internacionais.
Países como Timor-Leste, Guiné-Bissau, Portugal e São Tomé e Príncipe manifestaram solidariedade e apresentaram condolências às famílias enlutadas.
Portugal anunciou hoje o envio de um navio da Marinha para prestar assistência humanitária em Cabo Verde. O Ministério da Defesa Nacional de Portugal afirmou em comunicado que está previsto o navio patrulha chegar ao arquipélago africano na sexta-feira, constituído por uma guarnição de 56 militares, indicando que as operações estão a ser acompanhadas pelo Presidente e pelo Governo.
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A equipa do Santiago Magazine