A campanha Diáspora Solidária apresentou na tarde desta sexta-feira, 27, o projecto “Cabo Verde na Coraçon” para reforçar o apoio alimentar às pessoas mais vulneráveis no país, nomeadamente idosos doentes, crianças de famílias numerosas e mães-chefes-de-família.
Cabo Verde na Coraçon resultou de uma colaboração entre o Banco Alimentar de Cabo Verde, a tertúlia “Nôs e Nôs Terra”, o Grupo de Acção Cívica pela Segurança Alimentar e Nutricional (GAGSA), a Plataforma Cabo Verde - Diáspora, entre outras organizações.
Oficialmente apresentado esta tarde, no auditório da Universidade de Cabo Verde, no Campus do Palmarejo Grande, a ocasião permitiu aos promotores desta iniciativa, também divulgarem a plataforma digital através da qual levam a cabo campanhas de angariação de alimentos em prol de crianças, idosos cabo-verdianos e doentes, com a ajuda de conterrâneos residentes no país e na diáspora.
Ângela Coutinho, uma das responsáveis pela campanha Cabo Verde no Coração, residente em Lisboa, explicou em declarações à imprensa, que o objectivo é juntar a diáspora e o país para reforçar os esforços que têm sido feitos neste âmbito, uma vez que as secas têm sido cada vez mais prolongadas na África Ocidental, associada à guerra na Ucrânia, ao aumento do preço do petróleo e outras matérias-primas.
“Então achamos que a diáspora devia encontrar mecanismos com parceiros em Cabo Verde para também ajudarmos as famílias mais vulneráveis. Daí, lançar esta campanha junto aos nossos concidadãos na diáspora para que possam apadrinhar famílias em Cabo Verde com pequenos montantes, porque nós todos vivemos com dificuldades também”, referiu, esclarecendo que a iniciativa nasceu no âmbito dos problemas provocados pela pandemia da covid-19.
Considerando que a situação no mundo “está cada vez pior”, a mesma fonte almeja a continuidade do projecto que levou, conforme disse, mais de dois anos para ser montado.
“Hoje em dia em países europeus e nos Estados Unidos há cada vez mais pessoas a recorrerem aos chamados ‘food banks’ ou bancos alimentares. Portanto, é um problema das sociedades que nós todos temos de assumir, porque atinge as populações nos países ditos ricos, mormente nos mais vulneráveis”, sublinhou.
Por seu lado, a presidente do Banco Alimentar e da Fundação Donana, Ana Maria Hopffer Almada, disse estar “muito feliz e entusiasmada” com esta campanha que vai permitir, conforme enfatizou, arrecadar mais alimentos para distribuir a um maior número de pessoas necessitadas.
“Há muito tempo que o Banco Alimentar já existe, há 12 anos, e temos dificuldades em ter alimentos suficientes para darmos às pessoas vulneráveis. Portanto, sempre que aparece uma organização, um projecto, uma campanha, que nos permita arrecadar mais alimentos, ficamos animados. Esperamos, realmente, conseguir recolher alimentos suficientes para apoiar um maior número de pessoas vulneráveis”, desejou.
Explicando que o Banco Alimentar tem um público muito específico, nomeadamente idosos, acamados, pessoas que não podem trabalhar e pessoas com deficiência, a nível do país, a mesma fonte disse que a organização ambiciona alcançar mais famílias vulneráveis em todas as ilhas do arquipélago, de Santo Antão a Brava.
“Sabemos que a taxa de desemprego é muito alta, sobretudo nas mulheres, mães chefes-de-família, vendedeiras do negócio informal, que perderam a sua capacidade de negócio com a covid, agora com a guerra… não estão a conseguir recuperar, pelo que vão ser também apoiadas”, assegurou.
O Banco Alimentar beneficia mensalmente cerca de 400 famílias, desejando com esta campanha alargar um pouco mais, dependendo das doações.
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