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Paludismo. Cabo Verde vai receber apoio de especialistas da OMS no  combate à epidemia
Sociedade

Paludismo. Cabo Verde vai receber apoio de especialistas da OMS no combate à epidemia

A epidemia do paludismo em Cabo Verde está a alargar-se e a aumentar-se todos os dias, tanto em número quanto em extensão territorial. Dados oficais apontam que o número de casos já caminha para 200 - está em 170 só na Praia - embora a ideia que a sociedade tem é de que os casos reais são bem maiores.

Antes confinadas a Santiago, concretamente Praia, a edidemia já viajou para o barlavento, não se sabendo quando e onde vai parar. É uma situação preocupante, que tem mobilizado a atenção da nação e das autoridades nacionais, sobretudo sanitárias. Os recursos nacionais disponíveis parecem insuficientes para dar resposta a uma doença que tem crescido todos os dias e alargado pars novos espaços.

E é neste quadro - enquanto resposta ao pedido das autoridades nacionais - que especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) devem chegar a Cabo Verde nos próximos dias para reforçar os esforços das autoridades nacionais no combate à epidemia de paludismo que assola particularmente a Cidade da Praia. 

A Informação foi avançada hoje pelo representante da OMS, Mariano Salazar Castellon, à saída de um encontro com o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, onde a questão do paludismo na cidade da Praia foi assunto da conversa.

Conforme adiantou, a vinda dos especialistas é resposta ao pedido feito pelas autoridades nacionais no momento em que a capital cabo-verdiana regista mais de 170 casos de paludismo, situação que considera preocupante.

“O Ministério da Saúde colocou para nós duas demandas específicas: uma missão de assistência técnica que já está a chegar. Temos um especialista, um epidemiólogo de alto nível que vai acompanhar a resposta nacional para análise da dinâmica da epidemia. Está a chegar outro especialista em epidemiologia, também de alto nível, e esperamos também ter a presença de uma especialista em etimologia nos próximos dias”, disse Castellon.

Conforme adiantou, a OMS vai responder ainda com apoios logísticos trazendo ao país tratamento anti palúdico, testes rápidos, mosquiteiros impregnados.

“Estamos a tratar desses assuntos com a nossa sede da região em Brazzaville e com sede do nosso organismo em Genebra, com países do continente africano que têm possibilidade de apoiar directamente Cabo Verde como são os casos do Sénegal, Angola e Moçambique e Guiné Bissau”, indicou.

Mariano Castellon considera que essa epidemia não vai pôr em causa os esforços de Cabo Verde para passar da fase de pré-eliminação do paludismo à fase de eliminação em 2020.

Contudo, adianta que para fazer esse movimento Cabo Verde tem de converter a eliminação do paludismo numa bandeira nacional e colocar o assunto na agenda política.

“Há que fazer uma grande aliança no âmbito nacional e no âmbito da comunidade bilateral e multilateral internacional, no sentido dessa comunidade apoiar os grandes esforços do Governo para conseguir fazer esse movimento da fase de pré-eliminação para a eliminação. Eu sou suspeito, mas eu acredito que Cabo Verde pela sua história pode fazer esse movimento”, sublinhou.

O representante da OMS faz recurso ao percurso histórico da doença em Cabo Verde para sustentar a sua opinião e sugeriu às autoridades a antecipação da eliminação.

“Agora temos um respaldo político que permite desenvolver um projecto estruturante que permita no ano de 2020 mover o país da fase de pré-eliminação para eliminação. Porque não fazer aquilo antes, preenchendo os requisitos que o OMS exige”, sugeriu.

Falando concretamente da epidemia da malária que afecta sobretudo a cidade da Praia, Mariano Salazar Castellon pediu mais atenção às indústrias das construções, desde as grandes construções passando às iniciativas das pessoas em construírem as suas residências.

“As construções na cidade podem gerar viveiros de mosquitos e dar uma contribuição para a dinâmica para epidemia. Portanto as autoridades têm de acompanhar muito de perto a indústria da construção na cidade da Praia para ficar ao certo da responsabilidade social com relação à saúde pública”, recomendou.

Com Inforpress

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