O novo diretor da Polícia Judiciária (PJ), Manuel da Lomba, alertou esta quarta-feira, 17, para a existência de “pessoas infiltradas” em instituições do Estado que apoiam a prática de crimes.
“Em tempos de crise, há sempre uma janela de oportunidade que se abre para o mundo do crime”, disse o procurador da República, que assume o cargo após demissão em novembro de Ivanilda Mascarenhas, que tinha sido empossada em dezembro de 2022.
Na sua intervenção após ser empossado pela ministra da Justiça, Joana Rosa, o responsável disse que a criminalidade é “cada vez mais organizada, sofisticada e transnacional, com recursos, tecnologias e saber fazer à disposição” e ainda conta “com apoio” de “pessoas infiltradas” em instituições do Estado.
Instado pela Lusa a ser específico sobre a denúncia, o diretor da PJ lembrou que o Estado é vasto, que o crime não tem a ver com o cargo, mas sim com o ser humano, que pode ser desde o consumo de drogas, mas também o tráfico, influências ou corrupção.
Por isso, entendeu que não se deve ser “ingénuo” e apostar na prevenção destas situações.
Questionada sobre a denúncia do diretor da PJ, a ministra da Justiça respondeu que não tem conhecimento de casos concretos.
Além disso, Manuel da Lomba salientou a “apetecível” localização geográfica de Cabo Verde, que serve de corredor para a prática de crimes, bem como a apetência turística do arquipélago, pelo que entendeu que a instituição deverá estar “preparar” para o combate.
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