Mais de 60% da população cabo-verdiana tem acesso a cobertura universal de saúde e 80% está a menos de 30 minutos a pé de uma estrutura de saúde, revelou hoje a presidente do INSP.
Maria da Luz Lima, presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), falava à imprensa após presidir a abertura do seminário para assinalar o Dia Internacional de Cobertura Universal de Saúde, celebrado a 12 de Dezembro, este ano sob o lema “Não deixe a saúde de ninguém para trás: Invista em sistemas de saúde para todos”.
A mesma fonte indicou que os últimos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que 62% da população de Cabo Verde tem acesso a cobertura universal e que esta classificação resulta da prestação de cuidados, como investimentos feito na área da saúde com infraestruturas, promoção da saúde e de todo o funcionamento do sector da saúde.
“Quando falamos da cobertura universal de saúde é tudo aquilo que diz respeito a saúde e os seus determinantes, falamos também de acesso a água potável, a alimentação de qualidade e a infraestruturas que promovam a saúde”, apontou a presidente do INSP, realçando que o mais importante é que todos os cabo-verdianos saibam que podem ter acesso a saúde em todas as ilhas.
Acrescentou que de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), 80% dos cabo-verdianos estão a menos de 30 minutos a pé de um serviço de saúde.
“Tem também a reorganização dos serviços de saúde para atender mais e melhor, esta questão tem a ver não só com o alargamento dos horários dos centros de saúde, mas também com o aumento dos profissionais e a qualificação para mais e melhor saúde”, referiu.
Afirmou que, neste sentido, se está a trabalhar para a abertura de novos centros de saúde, melhorar o acesso de cuidados intensivos na capital do País e num conjunto de acções para permitir que todos tenham “mais e melhor saúde” e garantir o acesso universal a saúde a todos os cabo-verdianos.
Os últimos dados de 2017 apontam que o rácio médico por habitante era de 8/10 mil e de enfermeiro era de 12/10mil habitantes.
Por outro lado, realçou também a importância que outros profissionais têm tido na área da saúde, como os nutricionistas, psicólogos, técnicos laboratórios e agentes sanitários, entre outros, para a promoção da saúde e na prestação dos cuidados.
Maria da Luz Lima adiantou que o INSP está a fazer de tudo para que cada pessoa tenha “mais e melhor saúde” e “não deixar ninguém para trás”, com acções a nível de investigação, divulgação e promoção da saúde e um conjunto de actividades dirigidas aos grupos vulneráveis que podem ter menos acesso a informação a saúde.
Na ocasião, adiantou que o sector privado tem dado o seu contributo a nível da vigilância e da oferta de modo a complementar o serviço do sector público para se conseguir mais e melhor saúde.
Por seu turno, o representante da Organização Mundial da Saúde (OMS), Daniel Kerlesz, considerou que o dia de hoje constitui uma oportunidade para rever os progressos e identificar as lacunas para garantir que todos em qual quer lugar possam ter acesso aos cuidados de saúde de que necessitam, perto do local onde vivem e sem dificuldade financeira.
No seu entender, o lema deste ano desafia todos a reflectirem sobre os impactos da pandemia da covid-19 no alcance da cobertura universal de saúde, já que a pandemia tem sido um dos obstáculos aos ganhos de muitos sistemas de saúde e onde as desigualdades existentes tornam-se cada vez mais salientes.
Realçou que o reforço do sistema de saúde com ênfase na equidade e na resiliência é fundamental, tanto para a cobertura universal de saúde como para o alcance da segurança sanitária de qual quer país.
O Dia Internacional de Cobertura Universal de Saúde visa apelar aos líderes a fazerem investimentos mais rentáveis em saúde e lembrar ao mundo sobre a importância da equidade em saúde uma vez que é condição primordial para os países prevenirem futuras pandemias e alcançarem a saúde e o bem-estar para todos até 2030.
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