O Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA) registou entre os meses de Janeiro e Abril deste ano 62 casos de abuso sexual de menores. Esta informação foi dada à imprensa pela presidente da instituição, Maria do Livramento Silva.
“São as meninas que sofrem mais. Mas, também temos casos de rapazes. Este ano, dos 62 casos que temos, sete foram de rapazes”, disse esta responsável momentos antes da cerimónia de lançamento do Plano de Acção Nacional de Prevenção e Combate à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescente 2022-2024.
De acordo com a presidente do ICCA, os concelhos da Praia e São Filipe, a par da ilha de Santo Antão, são as regiões que mais preocupam, além de também a ilha do Sal.
Em relação ao plano hoje apresentado, a presidente do ICCA afirmou que este surgiu após a avaliação do plano anterior.
“Esse novo plano terá cinco eixos, a participação das crianças e adolescentes no próprio plano, na elaboração, implementação e execução, terá também o atendimento, a responsabilização, a articulação no atendimento das crianças”, explicou.
Segundo Maria Livramento Silva, trata-se de um plano que vai focar principalmente nas crianças e adolescentes e que tem também o envolvimentos de todos os municípios do país e todos os ministérios que, de uma forma ou de outra, estão incluídos nesta luta de todos.
“Os ministérios também vão contribuir financeiramente para a execução desse plano que é muito ambicioso. Começa agora no mês de Julho, mas termina após três anos. Com isso, queremos uma vez mais chamar a atenção da população que a luta contra o abuso sexual de crianças é uma tarefa de todos nós e todos nós envolvidos nesse plano teremos melhores resultados”, acrescentou, completando que o financiamento geral é de 97 milhões de escudos cabo-verdianos.
Finalizando, Maria Livramento Silva disse esperar que haja uma redução considerável do abuso sexual de crianças em Cabo Verde, que todas as pessoas estejam realmente engajadas em denunciar, que a escola fale mais sobre o abuso sexual, que as famílias sejam mais sensibilizadas com esse problema e que toda a população em geral contribua para que haja uma redução ou então que se acabe com o abuso sexual de crianças.
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