O Governo anunciou hoje que vai implementar o plano de emergência de salvamento de gado e de mitigação da seca num montante de 7 milhões de euros, (mais de 700 mil contos), tendo em conta o mau ano agrícola. Este dinheiro deve socorrer cerca de 17 mil e 200 famílias, cerca de 62% das famílias do mundo rural, que serão directamente afectadas pela seca.
A informação foi avançada hoje à imprensa, pelo ministro do Ambiente e Agricultura, Gilberto Silva, que iniciou hoje uma visita a vários concelhos do interior da ilha de Santiago acompanhado pelo representante do Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), Rémi Nono, para avaliar a situação do ano agrícola, marcado pela escassez de chuva.
“Estamos a falar de um montante de pouco mais de 7 milhões de euros, é o que estamos a prever, mas ainda estamos no início. Temos um planeamento macro e depois vamos fazer o planeamento operacional bastante territorializado, muito concreto”, disse o ministro, indicando que o plano de emergência vai ser aprovado a tempo e vai mais cedo do que costuma ser, isto para possibilitar uma maior organização possível das intervenções e mobilização de recursos.
Conforme explicou Gilberto Silva, as grandes medidas deste plano vão para o salvamento do gado, gestão adequada dos recursos hídricos, e para a criação de oportunidades de emprego para as famílias que não vão poder usufruir de nenhuma produção agrícola.
O ministro estima que 17 mil e 200 famílias, cerca de 62% das famílias rurais, serão diretamente afetadas pelo mau ano agrícola em 2017.
Em termos de gestão da água, indicou que de acordo com os dados observados, a reserva subterrânea de agua está muito aquém daquilo que deveria ser, ou seja, muito pela negativa, o que obriga fazer uma gestão bastante criteriosa da água, que passa por “medidas restritivas” que permitam de facto uma “boa gestão” da mesma.
Questionado se tais “medidas restritivas” vão ser de carácter de lei, clarificou, que normalmente deverá haver normativas para que as medidas possam ser válidas, ou por portarias, resolução de Conselho de Ministros, ou um decreto de lei.
“O plano vai ter um caráter concreto nos concelhos de modo a podermos mitigar os efeitos da seca e do mau ano agrícola”, acrescentou, indicando que se deva estabelecer uma zona de pastoreio e distribuição de efectivo pecuário.
Para Gilberto Silva o cenário do mau ano agrícola não é só nos concelhos visitados, mas sim ocorre em todo país, salvaguardando que poderá uma ou outra situação melhor, mas do ponto de vista estatístico “não resolve a má situação do ano agrícola que se desenha”.
Por seu turno o representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em Cabo Verde, Rémi Nono disse que a situação do ano agrícola é “muito preocupante”, tendo em conta que não choveu e o milho está em “situação de stress” e a terra está muito seca.
Por isso adiantou que juntamente com o MAA vão adoptar um plano de emergência e solicitar ajudas dos parceiros para apoiar o mundo rural.
Sem avançar o montante da contribuição, Rémi Nono indicou que esta organização vai ajudar o país e que a esse respeito vão discutir com o representante regional da FAO para ver a possibilidade de utilização do fundo disponível para projectos de cooperação técnica.
Com Inforpress
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