Dezenas de grupos carnavalescos em Cabo Verde voltam hoje a não fazer a festa pelo segundo ano consecutivo, devido à pandemia de covid-19, com o Governo a distribuir apoios de 2.000.000$00 para compensar o investimento feito, sendo 1.250.000 escudos (11.300 euros), através da Liga Independente dos Grupos Oficiais de Carnaval de São Vicente, e de 750.000 escudos (6.780 euros) aos três grupos de Carnaval de Ribeira Brava de São Nicolau, em que cada um receberá 250.000 escudos (2.260 euros).
Devido ao forte aumento de casos de covid-19 entre dezembro e janeiro, o Governo proibiu todas as festas públicas e privadas de Carnaval, bem como as atividades dos grupos, em todas as ilhas, medida que afeta sobretudo os de São Vicente e de São Nicolau, que têm as festas mais conhecidas do arquipélago.
Numa nota divulgada hoje, na sequência de informação anteriormente avançada pelo Governo, o Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas anunciou que vai atribuir um montante de 1.250.000 escudos (11.300 euros), através da Liga Independente dos Grupos Oficiais de Carnaval de São Vicente, e de 750.000 escudos (6.780 euros) aos três grupos de Carnaval de Ribeira Brava de São Nicolau, sendo que cada um receberá 250.000 escudos (2.260 euros).
“O montante será canalizado para ações formativas, ‘workshops’, entre vários aspetos relacionados com a organização do Carnaval e no empoderamento dos grupos a nível de captação de recursos materiais. Estão contemplados na transferência desta primeira tranche os grupos de Carnaval enquadrados no edital Carnaval Factory (São Vicente e São Nicolau), realizado entre 2016 e 2019, com interregno em 2020 e 2021, devido à pandemia da covid-19”, lê-se na mesma informação.
Aquele ministério refere que “após dois anos de cancelamento” do Carnaval em Cabo Verde, devido à pandemia de covid-19, e “ciente do papel relevante” da festa “na dinamização cultural, social e económica das ilhas de São Vicente e São Nicolau”, bem como no setor turístico, “em concertação” com os dirigentes dos grupos foi decidido manter o montante de dez milhões de escudos (90.500 euros) inscritos no Orçamento do Estado de 2022, “para apoiar o Carnaval” no país.
O ministro da Cultura, Abraão Vicente, prevê ainda realizar na próxima semana um encontro com dirigentes dos grupos de Carnaval da cidade da Praia, para “perceber os impactos da pandemia da covid-19 na organização do Carnaval, bem como anunciar o apoio que aos mesmos para este ano de 2022”, acrescenta a mesma informação.
O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, afirmou em 24 de fevereiro, no parlamento, que a situação da pandemia de covid-19 no arquipélago está “controlada”, o turismo regressou e algumas restrições serão levantadas.
“A confiança foi restaurada, por isso é que temos o retorno do turismo, com taxas de ocupação que rondam no Sal e na Boa Vista os 67, 69%, hoje. Com a tendência positiva para o turismo de verão”, afirmou Ulisses Correia e Silva, ao intervir na Assembleia Nacional, na Praia, durante o debate mensal no parlamento.
“E, brevemente, restrições que constam da situação de contingência serão levantadas, se tudo permanecer com a tendência que temos hoje”, disse ainda.
Cabo Verde atingiu um pico diário de cerca de 1.400 novos infetados com covid-19 num único dia em janeiro, já com a nova variante Ómicron a circular no arquipélago, chegando então a registar mais de 7.000 casos ativos. A situação melhorou rapidamente a partir da segunda semana de janeiro, chegando em fevereiro a vários dias sem novos casos e hoje apenas 19 casos ativos.
Desde o início da pandemia de covid-19, em março de 2020, Cabo Verde contabilizou 401 mortos por complicações associadas à doença, 55.886 casos acumulados e 55.414 considerados recuperados.
O Governo cabo-verdiano prorrogou por mais 15 dias a situação de contingência em todo o país devido à pandemia de covid-19 e não vai decretar a habitual tolerância de ponto no período festivo do Carnaval. A decisão, com efeito desde 19 de fevereiro, foi tomada em reunião extraordinária do Conselho de Ministros, constatando “que as razões de fundo que levaram a que fosse decretada a situação de contingência em todo o território nacional ainda se mantêm”.
“Entende o Governo dever prorrogar este quadro, por forma a que se garanta a manutenção das medidas de prevenção e contenção que se verificam pertinentes na presente conjuntura, fundamentadas pelo imperativo de fazer prevalecer o princípio da precaução em saúde pública, razão pela qual não será decretada a tradicional tolerância de ponto nesta época”, refere-se num comunicado anterior do executivo.
O Governo já tinha anunciado em janeiro, face ao forte aumento de casos de covid-19 no final de dezembro, a suspensão de todas as festas públicas e privadas de Carnaval em Cabo Verde em 2022, pelo segundo ano consecutivo.
O Governo cabo-verdiano prorrogou em 20 de janeiro, por mais 30 dias, a situação de contingência no país, face à evolução da pandemia, à qual voltou no final de dezembro face ao forte aumento de novos casos de covid-19.
Todo o país estava em situação de alerta - o nível menos grave de três previstos na lei que estabelece as bases da Proteção Civil – desde 28 de outubro, mas o aumento exponencial de novos casos de covid-19, e quando registava um Rt de 2,52, levou o Governo a aumentar um nível, apertando as regras, desde logo com a proibição de festas de passagem de ano na rua ou limitando as festas privadas, além do regresso ao uso obrigatório de máscaras na via pública.
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