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Fundação Amilcar Cabral prepara atividades de reflexão para os 50 anos do assassinato do fundador na nacionalidade cabo-verdiana
Sociedade

Fundação Amilcar Cabral prepara atividades de reflexão para os 50 anos do assassinato do fundador na nacionalidade cabo-verdiana

Os 50 anos do assassinato de Amílcar Cabral vão ser assinalados com eventos de “reflexão” em Portugal, Senegal e no concelho de Santa Catarina, onde viveu o herói da libertação da Guiné-Bissau e Cabo Verde.

“Estamos a trabalhar com a Universidade de Santiago para um colóquio, algo assim do género, sobre a data, sobre a personalidade, sobre a figura histórica de Amílcar Cabral. Queremos que se faça no concelho de Santa Catarina, queremos que se faça na cidade de Assomada, muito próximo do sítio onde viveu Amílcar Cabral bastante tempo [década de 30]”, explicou Pedro Pires, presidente da Fundação Amílcar Cabral e ex-Presidente da República (2001-2011).

Fundador do então Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que em Cabo Verde deu lugar ao Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), e líder dos movimentos independentistas nos dois países, Amílcar Cabral foi assassinado em 20 de janeiro de 1973, em Conacri.

Pedro Pires foi recebido na quarta-feira, na Praia, pelo Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves, para apresentar ao chefe de Estado o objetivo da iniciativa de assinalar a data (janeiro de 2023), que antecede, em 2024, o aniversário do nascimento de Amílcar Cabral (12 de setembro de 1924).

De acordo com o presidente da fundação, três universidades senegalesas estão a trabalhar para promover um colóquio internacional sobre a data na cidade de Ziguinchor, no sul do Senegal, e em Portugal está a ser preparado um evento idêntico pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.

“Estamos aproximando-nos de uma data importante, para não a chamar fatídica, que foi o assassinato de Amílcar Cabral. Vão completar 50 anos sobre este acontecimento. Há alguma atividade no plano internacional para uma reflexão sobre a data e a Fundação sente-se na obrigação de realizar atividades sobre acontecimento”, explicou Pedro Pires.

Além da “reflexão” sobre os 50 anos do assassinato e o centenário do nascimento, a fundação está a trabalhar num projeto de inscrição dos escritos de Amílcar Cabral no programa "Memória do Mundo" da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), estabelecido em 1992 com o objetivo de contribuir para a preservação do património documental mundial.

A fundação, que tem como missão a preservação da obra e memória do seu patrono, criou em 2015 o espaço museológico Sala-Museu Amílcar Cabral, onde pretende dar a conhecer às gerações mais novas e aos turistas que visitam a cidade da Praia a história da luta de libertação liderada por Cabral.

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