Três em cada dez jovens cabo-verdianos, a maioria mulheres, não trabalha nem estuda, segundo dados estatísticos sobre o emprego no país, relativos a 2018, que apontam ainda para a diminuição da população empregada.
De acordo com os resultados das Estatísticas do Mercado de Trabalho referente ao ano 2018, apresentados esta segunda-feira, 1 de abril, na cidade da Praia, três em cada dez jovens com idades entre os 15 e os 34 anos não tinham trabalho nem estavam a frequentar um estabelecimento de ensino ou formação.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) ressalva que, apesar da taxa de desemprego ser maior entre os jovens (27,8%), registou-se uma diminuição de 4,6 pontos percentuais face ao ano de 2017 (32,4%).
Uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, definidos internacionalmente, é “reduzir substancialmente a proporção de jovens sem emprego, educação ou formação”.
Em 2018, Cabo Verde tinha 29.967 jovens, com idades de 15 a 24 anos, e 32.163, com 25 a 34 anos, que “não estavam a trabalhar e nem se encontravam a frequentar um estabelecimento de ensino ou de formação”, sendo a maioria mulheres (54,1%), segundo o mesmo estudo.
Com um número médio de nove anos de escolaridade, mais de três quartos estão disponíveis para trabalhar, independentemente de terem procurado ou não trabalho, e cerca de um terço está à procura de emprego há mais de um ano.
Os mesmos dados referem que a população empregada foi estimada em 195 mil pessoas, menos 8.775 do que no ano anterior, apesar de se ter registado um aumento da população com mais de 15 anos, ressalva o INE.
A taxa de emprego/ocupação situou-se em 48,8%, menos 3,1 pontos percentuais que a taxa registada em 2017 (51,9%).
O Sal e Boavista continuam a ser os concelhos do país com maiores taxas de emprego/ocupação, 68,8% e 62,6%, respetivamente. Ainda assim, registou-se uma diminuição face a 2017.
Em relação à população desempregada, ascendia em 2018 a 27.028 pessoas, menos 1.396 do que em 2017.
A taxa de desemprego em 2018 situou-se nos 12,2%, valor igual ao registado no ano anterior.
São Salvador do Mundo e Santa Cruz registam as maiores taxas de desemprego, 20% e 22% respetivamente, com os maiores aumentos face a 2017 (9,7 pontos percentuais e 15,8 pontos percentuais).
A taxa de subemprego, que envolve ativos empregados que, na semana de referência, trabalharam menos que 35 horas nas atividades que exerceram e que declararam estar disponíveis para trabalhar mais horas, caso tivessem encontrado uma outra atividade, foi estimada em 14,7%, sendo maior no meio rural: 22%.
Santa Catarina do Fogo apresenta a menor taxa de desemprego (3,2%), mas a maior taxa de subemprego do país: 41,3%.
O INE estima um aumento da população inativa em 17.403 pessoas, passando de 160.157 em 2017 para 177.560 em 2018 e, consequentemente, da taxa de inatividade, que passou de 40,8% em 2017 para 44,4% em 2018.
“A principal razão para a não procura de trabalho depende da idade, sendo a frequência escolar a principal razão entre os jovens 15-24 anos (64,5%) e o facto de considerarem que não há emprego entre os jovens 25-34 anos (40,6%)”, lê-se na nota do INE.
Com Lusa
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