O deputado Luis Alves, marido de uma das médicas pediatras do Hospital Agostinho Neto suspeitas de coronavírus, assumiu aos colegas que era ele o suspeito na Casa parlamentar, mas garantiu em mensagem que os testes deram negativo. O presidente do Parlamento apenas confirma uma funcionária suspeita no Parlamento.
Santiago Magazine revelou na segunda-feira que a Assembleia Nacional esteve a ser desinfectada depois de suspeitas de coronavírus em três pessoas, dois deputados e uma funcionára dos serviços gerais. E não mentimos.
O deputado em causa, é Luis Alves, do Grupo Parlamentar do MpD, que é marido de uma das médicas da Pediatria da Praia que estava suspeita de coronavírus. Alves, natural da ilha do Fogo, sequer foi à sessão desta terça-feira, tendo participado por vídeo-conferência.
Mas já na noite de segunda-feira, após a notícia ter vindo a público, o próprio enviou uma mensagem aos colegas assumindo ser ele a pessoa referida na peça, mas garantindo que deu negativo os testes à esposa, o que o afasta da identificação por contacto com suspeitos. “Pessoal, para vos informar que, como já devem imaginar, a suspeita da ‘Esposa que é pediatra’, e por conseguinte também apontado como suspeito, sou eu! Saíram os testes, ela testou negativo, bem como todos os colegas! Deus há-de acompanhar estas nossas guerreiras”, escreveu o deputado Luis Alves em mensagem dirigida aos colegas na noite de segunda-feira e a que Santiago Magazine teve acesso.
Um parêntesis: a médica e esposa do deputado foguense fora identificada como suspeita, juntamente com os demais colegas médicos, enfermeiros e serventes, depois de confirmada a infecção por covid-19 a outra pediatra e seu companheiro, ambos cubanos, que trabalham há anos na Pediatria do HAN.
Ainda ontem, o presidente da Assembleia Nacional informou aos deputados, também por mensagem, que “ainda não existe nenhum caso confirmado na Assembleia Nacional”, acrescentando que “temos um casos suspeito, de uma funcionária, cujo teste ainda não tem resultado”.
Ora, Jorge Santos nega apenas casos confirmados, apontando somente para uma funcionária dos serviços gerais (irmã de um dos policias fiscais com coronavírus), omitindo tanto a suspeita, já desfeita de resto, em relação ao deputado Luis Alves (compreensível, já que a posição de Santos foi depois de se confirmar a negatividade aos testes à sua esposa, daí ele ter identificado como um dos contactos), quanto a uma outra deputada, cujos contactos levaram a que fosse também considerada para a feitura de testes, o que não pudemos apurar se chegou a acontecer, efectivamente, ou se se aguarda pelos resultados.
N.d.R. - Santiago Magazine em momento algum escreveu que havia casos positivos na Assembleia Nacional, mas sim casos suspeitos. Só interpretação diferente, por ignorância ou outros fins, levaria a conclusão outra que não a referida na peça anteriormente escrita por este diário digital.
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