Covid-19. Adiada retoma dos voos domésticos devido ao aumento de casos
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Covid-19. Adiada retoma dos voos domésticos devido ao aumento de casos

O Governo anunciou esta segunda-feira, 22, adiamento para 15 de julho da retoma das ligações aéreas domésticas, prevista para esta terça-feira, devido à evolução epidemiológica da covid-19 no arquipélago.

Numa nota do Governo, a que a Lusa teve acesso, é referido que a decisão ficou a dever-se “ao aumento de novos casos de infeção pelo novo coronavírus no país” e surge depois de a retoma das ligações aéreas internacionais para o arquipélago, prevista para julho, também já ter sido, na semana passada, para o mês de agosto.

Cabo Verde regista um acumulado de 1.165 casos de covid-19 desde 19 de março, com 12 óbitos, mas só nos últimos três dias contabilizou 138 novos infetados. No registo global, há ainda 608 recuperados, sendo que, das nove ilhas habitadas do arquipélago, apenas Fogo e Brava não diagnosticaram até ao momento casos da doença.

O plano de desconfinamento, que arrancou progressivamente no início deste mês após dois meses de estado de emergência diferenciado por ilhas, previa a retoma das ligações aéreas domésticas em 30 de junho, com um voo entre Praia e São Filipe. Desde 29 de março que não são feitos voos comerciais regulares entre as ilhas de Cabo Verde.

A Transportes Interilhas de Cabo Verde (TICV) previa mesmo realizar 34 voos semanais em julho, conforme programação avançada em declarações à Lusa pelo diretor-geral da companhia (ex-Binter), Luís Quinta.

“Esperamos aumentar gradualmente em agosto, isto assumindo que neste espaço de tempo irão abrir as ligações internacionais, onde se espera um fluxo maior de passageiros”, acrescentou o responsável da companhia, a única que opera as ligações aéreas domésticas no arquipélago, sobre as previsões da TICV há uma semana.

Segundo Luís Quinta, no mesmo período de 2019, a TICV (ex-Binter CV) realizou 120 (julho) a 182 voos (agosto).

O estado de emergência em Cabo Verde, declarado pela primeira vez no país pelo Presidente da República, entrou em vigor em 29 de março (depois de mais de uma semana de estado de calamidade) para, entre outras medidas, suspender todas as ligações, marítimas e aéreas, entre as ilhas, tentando assim evitar a transmissão da doença.

Apesar de ter sido progressivamente levantado nas diversas ilhas entre o final de abril e 29 de maio (voltando ao estado de calamidade pública), as ligações aéreas interilhas só serão retomadas no final de junho, medida preventiva decidida pelo Governo cabo-verdiano.

Para a retoma dos voos, a companhia implementou “novas medidas sanitárias”, garantindo “uma operação segura, prática e sanitariamente eficaz”.

Estas alterações, explicou Luís Quinta, são idênticas às “medidas internacionais recomendadas” pelas agências internacionais do setor, IATA e a ICAO, tendo sido aprovadas pela Agência de Aviação Civil de Cabo Verde.

A TICV investiu nos últimos quase cinco anos 13 milhões de euros nas ligações aéreas cabo-verdianas, empregando 140 pessoas.

A companhia realizava, na época alta, até 28 voos diários nas ligações entre as ilhas cabo-verdianas e atingiu em 2019 um milhão de passageiros transportados em Cabo Verde.

Antes da suspensão, as ligações aéreas de passageiros para sete ilhas do arquipélago eram garantidas pela TICV com nove rotas operadas por três ATR-72 500, com capacidade para 72 passageiros.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 501 mil mortos e infetou mais de 10,16 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em África, há 9.657 mortos confirmados em mais de 384 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

Com Lusa

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