O Governo anunciou esta sexta-feira, 20 de dezembro, a aprovação do alargamento de isenção de vistos aos cidadãos do Brasil, Canadá e Estados Unidos, juntando aos 36 europeus, como forma de aumentar o número de turistas que visitam o arquipélago.
A medida foi anunciada pelo ministro Fernando Elísio Freire, em conferência de imprensa, na cidade da Praia, para dar conta das decisões saídas do Conselho de Ministros, que esteve reunido na quinta-feira.
Cidadãos de 36 países europeus deixaram desde o início do ano de estar obrigados a um visto de curta duração para entrar em Cabo Verde, medida justificada então pelo Governo com a intenção de aumentar a competitividade no setor do turismo e duplicar o número de turistas que visitam o país, que é de cerca de 750 mil anuais.
A lista de países foi alargada agora, com o Governo a justificar a medida com o facto de Cabo Verde ter neste momento ligações aéreas, a partir da ilha do Sal, com os Estados Unidos e o Brasil e perspetiva ter também com o Canadá.
"O que estamos a fazer é permitir que haja espaço para o desenvolvimento do turismo de Cabo Verde com esses países, que são emissores de turistas, a promoção do ‘stopover', ou seja, permitir que, em trânsito, essas pessoas possam ficar alguns dias em Cabo Verde, e no caso concreto do Brasil, utilizam muito a ilha do Sal e Cabo Verde para o trânsito para a Europa", justificou o porta-voz do Conselho de Ministros.
Para o ministro da presidência do Conselho de Ministros, além de atrair mais turistas, é uma forma de fazer com que o turismo no arquipélago esteja "sempre em alta", recebendo turistas em todas as épocas do ano.
Também espera aumentar os negócios e o emprego, ter maior capacidade de investimentos no setor turístico e hoteleiro e permitir maior utilização da plataforma aérea da ilha do Sal, com aviões maiores, criando mercados.
"Tendo em conta aos resultados que temos tido com a isenção de vistos aos cidadãos da União Europeia e o Reino Unido, é uma medida extremamente importante e que irá permitir ao nosso país consolidar-se como um país em que o turismo é um setor importante, como um país de prestação de serviços na área do turismo e no transporte e permitir ao nosso país ter um turismo sempre em alta", prosseguiu Elísio Freire.
Para compensar a perda de receitas com a isenção de vistos, o Governo cabo-verdiano criou uma Taxa de Segurança Aeroportuária (TSA), que também entrou em vigor no dia 01 de janeiro.
Terão de pagar a taxa todos os cidadãos estrangeiros que desembarquem em Cabo Verde ou estejam em viagem entre as ilhas, e os cabo-verdianos, nas deslocações entre ilhas.
A TSA custa, nos voos nacionais, 150 escudos cabo-verdianos (cerca de 1,36 euros) a todos os passageiros (nacionais e estrangeiros), os quais são cobrados no momento da emissão dos bilhetes de passagem.
Para os voos internacionais, o valor da taxa é de 3.400 escudos cabo-verdianos (cerca de 30,86 euros) para os passageiros estrangeiros, cobrados através de uma plataforma online de pré-registo.
O Governo cabo-verdiano prevê arrecadar em 2020 perto de 19 milhões de euros com TSA, conforme documento de suporte à proposta de lei do Orçamento do Estado para o próximo ano.
Segundo a estatísticas do turismo do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) de Cabo Verde, de janeiro a setembro, os primeiros nove meses da isenção de vistos a cidadãos europeus, os estabelecimentos hoteleiros do país registaram 595 mil hóspedes, mais 41 mil do que igual período do ano passado, correspondendo a um aumento de 7,5%.
Com Lusa
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