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Beto Alves pôs fim à vida ou foi assassinado? Caso aconteceu há um ano mas ainda não tem desfecho
Sociedade

Beto Alves pôs fim à vida ou foi assassinado? Caso aconteceu há um ano mas ainda não tem desfecho

A presidente da Câmara Municipal de Santa Catarina aproveitou a visita da ministra da Justiça e do director nacional da Polícia Judiciária ao seu concelho para manifestar a sua estranheza pelo facto de quase um ano após a morte do ex-presidente daquele município do interior de Santiago ainda estar por esclarecer as circunstâncias em que o ex-autarca foi encontrado baleado em sua casa, em Assomada. A edil Jassira Monteiro, que assumiu a liderança da CMSC precisamente após o falecimento de Beto Alves, recordou que a PJ chegou a emitir, na altura, um comunicado precipitado a concluir que se tratou de suicídio, versão que a família de Alves não considera e que o novo director da PJ também não dá como certa, na medida em que prometeu pressionar o Ministério Público para dizer, definitivamente, o que aconteceu nessa madrugada de 22 de Dezembro de 2020. 

A misteriosa morte do ex-presidente da CM de Santa Catarina regressa à tona. A presidente Jassira Monteiro, que substituiu Beto Alves na presidencia da edilidade, aproveitou a visita da ministra da Justiça, Joana Rosa ao seu concelho, na sexta-feira, para desabafar que «a Câmara Municipal de Santa Catarina e os santacatarinenses querem respostas sobre as circunstâncias da morte do saudoso Presidente Beto Alves».

Isto porque, apesar de a Polícia Judiciária, ter apontado logo para um caso de suicídio, alguns familiares e amigos de Beto Alves não foram nessa conversa. Segundo um comunicado da CMSC, enviado à imprensa, durante o encontro com a Ministra da Justiça, Jassira Monteiro manifestou estranheza pelo facto de quase um ano após o falecimento de Beto Alves, ainda não haver conclusões convinventes e definitivas da investigação então desencadeada pela PJ.

De acordo com a autarca santacatarinense, essa indefinição tem causado constrangimentos e instabilidade entre familiares e amigos de Beto Alves, acrescentado que os próprios munícipes têm feiro permanentes questionamentos sobre o caso, pondo em causa a credibilidade das instituições.Conforme a mesma nota, Jassira lembrou que ainda está bem presente, na memória dos santacatarinenses, “o precipitado comunicado da Polícia Judiciária (PJ)”, emitido poucas horas após terem encontrado o corpo, e que apontou logo para um caso de suicídio.

O director nacional da PJ acompanhava a ministra Joana Rosa nessa visita à CM de Santa Catarina e, após ouvir as queixas da presidente da câmara, reagiu, corroborando a obervação de Jassira Monteiro sobre o timing em que a PJ tirou o tal comunicado a concluir tratar-se de suicídio. Ricardo Gonçalves achou estranho o pronunciamento poucas horas após a ocorrência, até por se tratar de um caso que estava em segredo de justiça.

Por isso, garantiu que vai se informar junto com os seus inspectores se os exames de balística já chegaram de Portugal, ressalvado que mesmo que quisesse pronunciar neste momento sobre este caso não poderia uma vez que quem detém o processo é o Ministério Público. Ainda assim, prometeu ir pressionar o MP para dizer, em definitivo, o que se passou, porquanto, anotou, “é necessário acabar com este clima de dúvida, se foi suicídio ou homicídio”.

A própria ministra da Justiça, segundo o comunicado da CM de Santa Catarina, admitiu que estranhou o pronunciamento célere da PJ a afirmar que Beto Alves se suicidou, postura que Joana Rosa considerou não ser recomendada por violar todos os procedimentos que se deve ter nesses casos que carecem de investigação apurada, porque põem em causa a credibilidade da instituição.

Beto Alves, ex-presidente da Câmara Municipal de Santa Catarina de Santiago, foi encontrado baleado, na madrugada do dia 22 de Dezembro do ano passado, na varanda da sua residência, na cidade de Assomada.

Alves foi socorrido ainda com vida para o Hospital Santa Rita Vieira, em Santa Catarina, mas viria a ser transferido para o Hospital Agostinho Neto, na Praia, para ser-lhe removido o projectil que ficou alojado no lado esquerdo do crânio.

Após dois dias internado em estado crítico, Beto Alves acabaria por falecer.

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