Ponto de Vista

Ganhando por 1 000 votos, ganhando por 11 000 votos ou ganhando por 1 único voto, tudo se ergue em momento de glória, de celebração, de júbilo, de festas efusivas por todo o lado. Porém, sem euforias estéreis e deslumbramentos fúteis.

Paralelamente deve-se fazer a necessária reflexão do como crescer em Humildade. Na virtude da Humildade. Humildade genuína que toca gestos e ações mais sensíveis. Enfim, Humildade que no seu transcurso diáfano de servir e servir bem a nossa gente, rechaça para bem longe essa arrogância orgânica e sistémica que nos perturba a todos.

Sim, é perceção unânime que a 'rijeza' dos números da Jornada Democrática de 1 de Dezembro (15/7, CM's; 14/7 Eleitos CMP) é a maior lapáda da HUMILDADE na fuça da Arrogância!

Por isso, vós não sois senão 15 Servos eleitos e pagos pelos munícipes para os servir como de resto disse o reeleito Isaias Varela na noite de Domingo. Servir e servir bem. Vós sois o suporte e o amparo das pessoas sem voz.

Por isso, esconjurai a aporofobia do UCS; alinhai com o Pe. Júlio Lancellotti que inspirado na filósofa Adela Cortina, está a colher, em S. Paulo, o louro da sua delicada Missão Pastoral "sair da Hostilidade para Hospitalidade". Assim, sereis reconhecidos, recompensados com honra e graça.

E isto é a minha preocupação, pois o Poder corrompe. E o que se pode extrair destas Eleições autárquicas é que o País já não tem pachorra para tolerar a arrogância, o snobismo e o narcisismo a ninguém.

Um exemplo simples: já ninguém atura os debates na AN por causa da arrogância, da selvageria duma linguagem chula e reles dos deputados da Situação. Pessoas que se notabilizaram e ascendem na escala da mediocridade, degradação, da irrelevância social. E de pé o Governo bate palmas!

Por isso, neste início de mandato, em que inicia também o esboço do "Poema diferente para o Povo das Ilhas" 2026, não há nada que seja mais importante do que a serenidade. Por isso nada de pressa, de fadiga ou de precipitação. E cuidado particular a estímulos ou ruídos de gourmet envenenado.

Mas, isso tudo não põe em causa, aliás está alinhado com os propósitos exigidos duma Gestão com lisura, prudente mas firme, responsável e transparente.

2. CASA DE BANHO

Não me sinto diminuído em nada dizer que não conhecia casa de banho em Saltos Abaixo da minha infância. E que também adulto em Achadinha Acima não tinha casa de banho. "Sentina" nhu Manito no Bairro cobria a urbe toda. Significa que vivi na pele a humilhação de não ter uma WC. Significa também que conheço, como ninguém, o significado embaraçoso do termo "BAI KOBÓN".

Enfim, uma casa de banho tem um único significado: DIGNIDADE!

Não é por acaso que se considera o "Vaso Sanitário um objeto de primeira necessidade".

Não é por acaso que em 2013, a ONU declarou 19 de Novembro “Dia Mundial da Casa de Banho”: todos têm direito a água limpa e saneamento básico.

Por isso, é de uma insensibilidade social inqualificável alguém posicionar-se contra casas de banho para pobres. WC é o mais básico dos Direitos Humanos. Só quem nasceu e se refastela em palacetes com WC, saunas, banho turco, e desconhece o significado de "BAI KOBÓN" poderá ter o despautério injurioso de xingar Presidentes de Câmaras que, com a Luz e Unção de Deus, constroem WC no tugúrio dos desvalidos.

Por vezes na vida e sobretudo na política aparecem situações bizarras, como é o caso.

Todavia, eu creio até que faria todo o sentido a criação, pelas 9 Câmaras de Santiago, duma Task Force e o seu Gabinete ad hoc, cuja tarefa 'Uma Família uma WC' seja o Desígnio Nacional. E que poderia estender-se de Porto Novo à Brava.

Só assim podemos eliminar esse cenário terrivelmente humilhante e vergonhoso de "BAI KOBÓN"!