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Ucrânia: de Musa a vítima de VBG
Ponto de Vista

Ucrânia: de Musa a vítima de VBG

os EUA e os demais países aliados da OTAN vêm afirmando que não possuem planos de enviar tropas de combate para a Ucrânia. E que, no entretanto, oferecem apoio em forma de armamentos, conselheiros e hospitais de campanha e aplicam sanções, para tentar conter o avanço das tropas russas em território ucraniano. Parece até que já abandonaram a Ucrânia à sua sorte e que estão, como sempre, apenas de “olhos na riqueza”, se considerarmos a natureza das sanções a serem impostas, segundo algumas fontes credíveis de informações, pois: Os EUA, a União Europeia e o Reino Unido afirmam que têm apostado em sanções económicas. Nesta dramatologia, Washington foca nas instituições financeiras e indústrias mais relevantes para a Rússia, a União Europeia só pensa no acesso russo aos mercados financeiros. Já o Reino Unido anunciou que irá impor restrições às empresas russas que acessam o dólar e a libra e que "aqueles dentro e ao redor do Kremlin não terão onde se esconder". A ver, vamos, no que dará.

Como gostaria de ser especialista em relações internacionais para perceber e explicar o conflito que o mundo assiste neste momento entre a Ucrânia e a Rússia! A partir desta minha audácia, espero despertar atenção dos entendidos na matéria para nos elucidar melhor sobre o desgaste dessa diplomacia e o conflito que se vive.

Muitos, como eu, pouco sabem como a relação entre a Rússia e a Ucrânia começou a desgastar-se após a dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Muitos também pouco sabem e nem se preocupam em saber como, e em que medida, os Estados Unidos optaram por juntar mais países à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), logo após a fragmentação da União Soviética em várias nações, com a Ucrânia no centro do debate para a entrada nesse bloco.

Sobre a entrada da Ucrânia no bloco, convém lembrar que desde a sua independência, no dia 1º de dezembro de 1991, esse país oscila entre o Ocidente e o seu vizinho - a Rússia.

De recordar ainda que no dia 8 de dezembro de 1991, Rússia, Ucrânia e Bielorrússia assinaram um acordo que estabelece uma Comunidade de Estados Independentes (CEI). Nos cinco anos seguintes, porém, a Ucrânia sempre se tentou libertar-se da tutela política de seu grande vizinho, iniciada há três séculos. Entretanto, o país não se compromete totalmente com a CEI, percebida como uma estrutura dominada pela Rússia, que tenta agregar as ex-repúblicas soviéticas, e tenta aproximar-se da União Europeia (UE).

Entrementes, esta Ucrânia, musa, que tanto desperta e inspira o desejo de outros países, sempre causou a ira de um dos seus “apaixonados” - o presidente Putin, que jamais se cansou de a advertir seriamente, ou seja, exigindo uma promessa legal de que jamais entraria para a OTAN. E mais: Putin sempre disse que se a Ucrânia insistir em entrar para a aliança, a Rússia poderia tentar recuperar a Crimela.  

Por várias razões que aqui não consigo dissecá-las todas, a Rússia tem manifestado reiteradamente sua relutância quanto a aproximação da Ucrânia à União Europeia (UE), visto que, por interesse própria, quer proteger a Ucrânia como parte da sua esfera de influência para garantir a sua integridade territorial, a fim de voltar a ser a grande potência (estatuto este perdido durante três décadas). E, estrategicamente, durante essas três décadas, os EUA aproveitaram para trazer aos poucos esses países para a sua esfera de influência, agregando-os à OTAN.

Nesta lógica, pode-se perceber que a Ucrânia constitui o símbolo do desentendimento entre os EUA que a quer como parte da OTAN e a Rússia que não quer esta aproximação porque, a acontecer, perderia toda a influência na região. Só para lembrar que Putin tornou o “homem forte” da Rússia, robustecendo todo o seu poder interno por ter prometido que resgataria a glória perdida da Rússia, através da reconquista dos espaços perdidos com a desagregação da então União Soviética.

Esta minha pequena incursão na história, embora de um leigo na matéria, serve apenas para percebermos porque a Rússia está invadindo a Ucrânia e o porquê de tanta tensão que preocupam os integrantes da OTAN, com a guerra agora despoletada, sem se referir ainda à importância económica da Ucrânia tanto para os ocidentais, como para os russos.  

O mais preocupante para não dizer anedótico nisto tudo é a demonstração, até agora, da “força” dos ocidentais em ajudar a “salvar” a Ucrânia da invasão russa. Iniciada a guerra, em menos de 24h00, aparece, de um lado, o presidente da Ucrânia a lamentar que o País “foi deixada sozinha” a lutar contra a Rússia, autorizando o armamento da população para defender o País. Ninguém duvida de que a Ucrânia tem capacidade militar para combater o exército russo, muito menos agora que nem deve ter armas nucleares, com a desativação do seu principal central nuclear – Chernobil e cercada pelas tropas russas.

De outro lado, os EUA e os demais países aliados da OTAN vêm afirmando que não possuem planos de enviar tropas de combate para a Ucrânia. E que, no entretanto, oferecem apoio em forma de armamentos, conselheiros e hospitais de campanha e aplicam sanções, para tentar conter o avanço das tropas russas em território ucraniano. Parece até que já abandonaram a Ucrânia à sua sorte e que estão, como sempre, apenas de “olhos na riqueza”, se considerarmos a natureza das sanções a serem impostas, segundo algumas fontes credíveis de informações, pois:

Os EUA, a União Europeia e o Reino Unido afirmam que têm apostado em sanções económicas. Nesta dramatologia, Washington foca nas instituições financeiras e indústrias mais relevantes para a Rússia, a União Europeia só pensa no acesso russo aos mercados financeiros. Já o Reino Unido anunciou que irá impor restrições às empresas russas que acessam o dólar e a libra e que "aqueles dentro e ao redor do Kremlin não terão onde se esconder". A ver, vamos, no que dará.

Perante toda esta anunciada medida, o meu receio é de que a Ucrânia possa vir a perder a sua soberania. E perdendo-a esta estória de sanção contra a Rússia pode voltar contra os “sancionadores”, uma vez que se o destemido Putin vier a reconquistar a Ucrânia (ninguém sabe o que se passa na cabeça do homem) e resolver impor sanções contra os atuais “sancionadores”, as coisas podem tornar-se ruins para o resto da Europa, já que boa parte da energia consumida na europa tem como proveniência essa região, para não se referir a outras riquezas.

Espero muito sinceramente que a diplomacia impere e que solução seja encontrada muito rapidamente com vista a reposição da paz na Europa e no mundo. Que haja entendimento e que o povo ucraniano não torne vítima da ganância política.

Um bom final de semana e de Paz para todos!

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