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Responsabilizar os culpados, Ministério Público funciona? A hora certa é agora!!
Ponto de Vista

Responsabilizar os culpados, Ministério Público funciona? A hora certa é agora!!

A cidade da Praia teve a sua maior mudança depois de estar alguns anos nas mãos de pessoas inaptas para governar uma autarquia.

Diversas foram as manifestações de desagrado durante os desmandos da equipa camarária anterior. A atual equipa venceu uma eleição, a maior autarquia do país, Cidade capital e lhe foi negada a possibilidade de governar. Todos sabemos a organização que se instalou na Câmara Municipal da Praia, e quando saíram, bloquearam todas as informações para dificultar a atual equipa de implementar o projeto “Praia para todos”, e, também, para tentar esconder falcatruas diversas no posso cavado desde a época de Ulisses Correia e Silva.

Depois de uma derrota inesperada nas autárquicas, a população mostrou o que realmente queria. Porquê essa vitória, apesar de inúmeras obras feitas pelo Governador Óscar?? O problema então estaria nos candidatos??

Vimos o ressuscitar de um grupo de juristas, encabeçado pelo líder da bancada municipal do MPD, que sempre esteve a frente da cidade, mas, que se corrompeu pelo poder e dinheiro e limitou-se em apoiar uma organização fechada, o partido, criando entre si um bloqueio onde se interessam apenas por fazer carreira política esquecendo-se dos diversos problemas sociais que enfrentamos diariamente.

A equipa cessante deixou diversos processos pendentes, já tinha falado de obras superfacturadas?? Sim, porém, nenhuma instituição competente se disponibilizou a investigar os reais meandros de todas estas atividades suspeitas. Porque é que não fizeram uma auditoria quando Sr. Óscar Santos saiu da CMP?? E porquê, foi-lhe atribuído o “óscar” de Governador do Banco de Cabo Verde??

No nosso país é recorrente a condecoração e atribuição de cargos importantes a pessoas (ex governantes) que deveriam estar atrás das grades. A justiça então funciona somente quando o acusado é “fidju pobri”??

A Câmara Municipal da Praia, por vários anos funcionou como uma empresa, e não como uma instituição. Vários foram os negócios feitos desde a época de Jacinto Santos, atual presidente do conselho diretivo da Citi Habitat, proprietária da Rádio Comunitária Voz de Ponta d’Água (RCVPA) e presidente da Plataforma das ONG´s. Muitos cargos de destaque foram-lhes atribuídos, e os crimes cometidos?? Todos lembram do terreno de Tahiti, as famílias que foram retiradas de lá, as pressas, com a intenção de se vender os terrenos a um Sr. Português, “burguês”.

Diversas famílias, do Tahiti, foram realocadas em casas construídas as pressas em Achada Grande Trás, casas sem condições e com casas de banho com latrinas, incrível. Relatos contam:

·         “(…) es ka dexanu nem panha nos limárias, es bota paredi na txom, riba pato, galinhas cabras, nu fica sem nada!!”

·         “(…) es ponu na kes casa li sem condison, es ka danu num documento pa sina di troca di terrenos, pamodi??(…)”

Perguntas e dores que ficaram em “mil novecentos e kel bez”. Por um curriculum extenso podemos chamá-los de doutores e consultores, porém, a história e as lembranças ficam.

As chuvas de 12 de setembro de 2020, vieram acompanhadas de violentas cheias, levando, pelo caminho, “obras estruturantes” feitas desde o mandato de Ulisses Correia e Silva na Câmara Municipal da Praia. Obras que o fizeram chegar ao Governo de Cabo Verde. Quem o responsabilizou?? O Ministério Público? O Tribunal de contas? Ou seria então alguma outra instituição competente?

Lembram-se, do espaço Freedom, onde as pessoas se juntavam para acompanhar o festival da Gamboa, porquê fechou as portas? Porquê venderam a nossa Gamboa a um privado? Noticiaram que, Ulisses considerou que o contrato feito com a empresa, contrato de aluguer de 10 anos da Gamboa era lesivo aos interesses da população, depois de alguns anos este mesmo terreno foi vendido a um particular, então, o aluguer era lesivo aos interesses públicos, e a venda?

Vamos voltar as chuvas, pois, estas que retiraram a maquiagem feita pelo então Primeiro Ministro José Ulisses Correia e Silva, na nossa Cidade Capital, Praia Maria, que causou danos avaliados pelo Governo em aproximadamente 258.000.000 cve (duzentos e cinquenta e oito mil contos) valores estes que seriam mobilizados pelo governo.

O então Ministro dos Negócio estrangeiros, aquele do escândalo envolvendo César de Passos (mercedes, lembram-se) avança que:

·         “(…) conseguimos mobilizar, até agora, por causa das chuvas de 12 Setembro, qualquer coisa como meio milhão de euros, graças a participação de vários parceiros(…)”.

Pois, meio milhão de euros, mais, 258 mil contos (cerca de 2.339 euros), mais a promessa de ajudar à Cidade da Praia de voltar a normalidade caiu por terra depois das eleições autárquicas de 2020.

Afinal, onde foi parar todo esse dinheiro?

Francisco Carvalho venceu as eleições, o candidato do PAICV, assumiu a maior autarquia do país, assumiu os problemas encontrados, afirma que todo e qualquer contrato e/ou compromisso encontrado que colocava em risco o bem-estar dos praenses, seria revisto e repensado com seriedade, pois preza sempre pela equidade na distribuição dos recursos e, Óscar Santos, negou a pasta de vereador, pois a promessa que lhe foi feita em ser Governador do BCV ainda estava de pé.

É, o MPD saiu da autarquia sem prestar contas, e ainda estão ativos os ex-vereadores, secretários municipais e presidente da Assembleia Municipal envolvidos na máfia dos terrenos. Sem esquecer que, alguns, foram os coveiros do mercado coco, obra que enterrou mais de 450.000.000 cve (projeto iniciado em 2011 pelo atual primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, que na altura era presidente da Câmara Municipal da Praia, tinha um orçamento de 333 mil contos e passados 11 anos o esqueleto passou a custar aos praienses mais de 1.000.000.000 cve).

É preciso fazer um “remember” sempre que possível.

Nessa mesma ótica, ainda mais grave, a burla da venda das lojas do mercado Coco perante as vendedeiras que foram intimadas a comprar os espaços para negócio. Cerca de 18 vendedeiras, afirmam, ter dado à Câmara Municipal da Praia uma entrada de 3 mil contos e 6 anos depois ficaram sem dinheiro, sem loja, sem segurança financeira e agora exigem a esta atual Câmara seu dinheiro de volta, nada mais justo!!

Venderam lojas no mercado Coco, a maquete do campo Marconi em Achada Santo António não saiu do papel, venderam cada pedacinho da cidade da Praia, venderam até o terreno que nem era da Câmara Municipal da Praia como aconteceu agora com o Campo de Ténis, um escândalo.

Segundo informações, Óscar negociou com a embaixada antes de pesquisar se os terrenos pertenciam a Câmara Municipal da Praia. Quando se deu conta do “lapso” tentou, de “boa fé”, fazer outro contrato com a Associação do Clube de Golfe e Ténis, na qual o nomearam como intermediário na venda dos terrenos e assinaram um contrato com os seguintes termos (os que tivemos acesso):

·          A CMP ser o recetor do montante da venda (230.314.116$00);

·         trocar um terreno de mais de 20 mil metros quadrados para um de mais ou menos de 7 mil metros quadrados, ou seja, trocaram um terreno avaliado em 250.000.000 cve para um avaliado em 33.000.000 cve, muita ingenuidade, será?

·         receber da CMP uma infraestrutura equivalente a mais de 300.000.000cve (trezentos mil contos);

·         foi feito um concurso, na qual um dos dirigentes do clube foi nomeado membro do júri, e a obra foi alienada a proposta mais alta e incrivelmente associada a um conhecido próximo dos intermediários, incrível, não é?? Podemos dizer então que isto não é apenas reprovável, como também prejudicial ao bom nome dos concursos públicos deste país (288.780.697$00 sem iva);

·         no mesmo contrato, foi determinado um fundo maneio, a esta Associação particular, de 50 mil escudos mensais para pequenos gastos de despesas operacionais.

Contrato “ingenuamente” aceite pelos donos do terreno, foram enganados?? E querem obrigar o atual Presidente da Câmara Municipal da Praia a cumprir com este contrato lesivo e incoerente?? É precisa ter muita coragem mesmo.

De todas estas vendas, ao sair da Câmara Municipal da Praia deixaram apenas dívidas e problemas. Cabe a nós dizer então “Ministério Público e Tribunal de contas, cadê vocês???”

Ainda temos uns vereadores da bancada do MPD (Municipal) que defendem com unhas e dentes todos estes descalabros, podemos dizer então que são cúmplices??

Já dizia Vitor Hugo (…) quem poupa o lobo sacrifica a ovelha (…)”

E novamente as minhas questões continuam sem respostas, será que não sou considerada cidadã??

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