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Pandemia Covid-19. Carta aberta aos dirigentes dos PALOP
Ponto de Vista

Pandemia Covid-19. Carta aberta aos dirigentes dos PALOP

Excelências Senhores Presidentes das Repúblicas dos PALOP

Excelências Senhores Primeiros Ministros dos PALOP

Ex.mos Senhoras e Senhores Membros dos Governos dos PALOP

Neste preciso momento, em que me dirijo à Vs. Excelências, o mundo chora a “maldade humana”, que tem provocado caos, pânicos, danos materiais, sociais e psicológicos, na generalidade do planeta terra!

Os meios de comunicação social e quase todos os cidadãos africanos falam e lamentam as mortes nos continentes Asiático, Europeu e Americano, mas todos ignoram o que realmente se passa o nosso Continente Africano, onde povos foram sempre dizimados, com estratégias virais, ao longo dos períodos pós-independência.

De acordo com as últimas informações da OMS, “no Continente Africano, dos 54 países, 42 estão afetados, com o CORONAVIRUS, num total de 1500 casos”!

Estes factos não são verificáveis, pois há indícios de uma contaminação massiva no nosso Continente, mesmo antes da Europa e América! Tudo por causa das nossas limitações, quanto aos meios de diagnósticos, mas também algo que fez surgir as afirmações, sobre a imunidade dos africanos, dada as suas composições genéticas.

Uns surtos misteriosos de câncer ceifaram as vidas de muitos cabo- verdianos, cidadãos dos PALOP e do Continente Africano, sem uma mínima preocupação dos nossos dirigentes quanto a este mal! Não podemos continuar, assim neste ritmo de liderança, dos destinos dos povos Africanos!

Como Vs. Excelências poderão constatar, todos os discursos são de predeterminação, de que o nosso Continente Africano será dizimado pelo coronavírus! E, o Próprio Secretario da OMS, filho da nossa Africa – o Etíope, afirma que: “Ninguém deve presumir que não será afetado, pela epidemia e que o melhor é que nos preparemos para o pior”.

Numa altura em que ninguém conseguiu encontrar vacinas, embora haja alguma esperança em Cuba, alguns países europeus e americanos já abordam a existência de vacinas para o nosso continente, à semelhança do que fizeram com os outros vírus produzidos laboratorialmente e testado no nosso continente! O Mundo está em guerra da dominação, e, em substituição dos canhões e bombas nucleares e químicas, adotaram as armas biológicas e bacteriológicas!

Como “modus preventivos” adotaram a QUARENTENA e normas rigorosas de afastamento social e de higiene geral… decretando o Estado de Emergência Sanitária…

Como Vs. Excelências sabem, o antagonismo social (diferença de classes), no nosso continente é conjugado com um esquema, altamente corrupta e alienada, onde foram declinadas a DIGNIDADE DE VIDA DA MAIORIA DAS POPULACÕES …

A justiça social, na perspetiva da REDISTRIBUICÃO DOS RECURSOS, de forma a dar a GARANTIA MINIMA DE PODER DE COMPRA, para o acesso aos bens e serviços básicos alimentar, é inexistente e quase nula.

Pude constatar, nas minhas pesquizas, o envolvimento das forças militares e policiais, nos bairros e cidades, de forma a obrigarem as populações, a respeitarem, coercitivamente, a quarentena, ficando em casa!

Tendo em conta a realidade dos nossos países Cabo Verde e PALOP, para a maioria das populações sem rendimentos, como é possível fecharem-se em casa? Com que garantia básica alimentar e de cuidados sanitários?

Assistimos uma dura realidade, onde as pessoas com maior poder de compra, dado ao seu posicionamento social, têm despojados as lojas, os mercados e supermercados de tudo enquanto as restantes pessoas, com menos poder, mas que poderia aceder a uma parte de certos bens, têm ficado sem nada!

Face à esta situação, trago as seguintes propostas, ao Governo de Cabo Verde de e a dos PALOP:

- Controlar todas as inflações e aumento abusivos e arbitrários dos preços dos produtos básicos;

- Impor a racionalização e limitações de quantidade máxima de bens para cada individuo, na existência do grande fluxo de acesso aos alimentos;

- Unir todas as instâncias socio-caritativas (Bancos Alimentares, Apoio alimentar municipal e governamental, serviço de alimentos ao domicílio, por ilhas e por regiões e colocar em funcionamento um grupo de Agentes de Apoios Familiares, para acudir de forma organizada, estruturada, as pessoas, verdadeiramente, em estado de necessidade…

- Serviços de visita medical integrado, na perspetiva MEDICO-SOCIAL, securitária e preventiva ao domicílio, para solidarizar e ajudar as pessoas, sobretudo na Resiliência …

- Apostar nos meios terapêuticos naturais, pois não existem terapias que foram aplicadas no Continente Europeu e Americano!

- Tornar exequível, funcional, eficaz e eficiente o número verde coronavírus 800 11 12 e acordar com as operadoras de telemóvel UNITEL T+ E CVMOVEL a gratuitidade desse número, pois muitas ou maioria das pessoas não têm o telefone em casa.

- Colocar os investigadores sanitários microbiológicos, virológicos e bacteriológicos (se existem), a trabalharem arduamente, no sentido de obter uma abordagem cabo-verdiana, dos PALOP ou Africana destes males que nos afetam há quase meio século!

Apesar de muitas indignações, mágoas e revoltas, com os meus sucessivos governos (muitos dos seus agentes), não consigo recolher-me no meu silêncio e na indiferença, perante esta situação calamitosa, em salvaguarda e honra aos filhos e filhas do nosso Cabo Verde, em particular, e da nossa Mamãe África, em geral, vitimas de um “Progresso cosmético, que não os adotou”, como partes integrantes da Rés-Pública!

Por isso é necessário, com o Povo e para o Povo CONSTRUIR UM MUNDO NOVO, como pude cantar em 1997/8, numa canção!

N.B: Carta aberta enviada à Presidência e ao Primeiro Ministro de Cabo Verde e ao Excelentíssimo Presidente da CPLP, em 26 de março 2020

Cordialmente,                

António Andrade Lopes Tavares

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