Com muitos projetos financiados pelo Fundo do Ambiente, o actual executivo camarário, não conseguiu apresentar um único projecto para acabar com a lixeira na Ilha mais turística de Cabo Verde ou para eles o desenvolvimento resumiu-se a calçadas e asfalto. Fazer política requer força de vontade, trabalho e conhecimento, coisas que estão em falta por estes lados.
Quando os governantes têm pouca ou nenhuma coragem política, as medidas impopulares nunca são tomadas, com medo que parte do seu eleitorado não consiga perceber essas mesmas medidas e que venha a provocar o descontentamento dos eleitores e traduza em perda de votos nas eleições. Os nossos políticos são conhecidos principalmente pelo populismo e demagogia, aliado ao assistencialismo, que contribuem para que medidas impopulares, que advém de uma coragem política elevada e vontade de progresso, não sejam levadas em conta no desenvolvimento das nossas ilhas e do nosso cabo verde.
Na ilha do Sal, a que assistimos a partir de 2016, é uma câmara municipal, liderada pelo Senhor Júlio Lopes sem coragem para que projetos importantes para o desenvolvimento da ilha sejam planeados e executados. Como afirma o mesmo, sempre com a sua demagogia e populismo "Nós fazemos o que as pessoas querem” esquecendo principalmente que esses pedidos são feitos para satisfazer a vontade desse ou de um grupo de eleitores.
Essa forma de fazer política, não permite que projetos importantes e principalmente projetos IMPOPULARES sejam acrescentados no processo de desenvolvimento da nossa Ilha, como é o projeto da lixeira dos Espargos.
Na semana passada, assistimos a mais um incêndio na lixeira dos Espargos que começa a ser praticamente um hábito para os trabalhadores, no Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, e é uma forma de dar as boas vindas aos nossos turistas com um perfume, que não deveria ser nosso cartão de visita.
Em 2017, com a visita do ministro da Agricultura e Ambiente ao Sal, criou-se um ambiente propício para mais demagogia e populismo. E promessas foram feitas principalmente pelo presidente da Câmara Municipal afirmando que em seis meses a Ilha do Sal estaria diferente e para melhor em termos ambientais. Mas numa coisa podemos ter a certeza, quando ele afirma que o ambiente estaria melhor, não falava em espaços verdes e nem falava do problema do lixo que passados 5 anos o verde não existe e nem existem projectos, como podemos constatar com a colocação do asfalto e os problemas contínuo da lixeira, assim como não vislumbramos nenhuma solução.
Com as queimadas que estão a ser feitas, conscientes ou não, uma coisa temos a certeza, essa lixeira é da responsabilidade da Câmara Municipal do Sal e cabe a ela garantir que essas queimadas não sejam feitas, tendo em conta que, todos sabemos quais serão as consequências para quem é “obrigado” a inalar o fumo e conviver com o perigo de serem feitas nas proximidades do aeroporto, espaço de viagem e trabalho ou a caminho de santa Maria pela esburacada estrada.
Estamos a entrar na época do ano, onde o componente Sul do vento se acentua, e quem será o responsável pela saúde das pessoas que se encontram internadas no Hospital do Sal, e principalmente os doentes com algum problema respiratório que serão altamente afetados e sem falar dos residentes da cidade dos Espargos.
Sem esquecermos que as partículas geradas pela combustão são cancerígenas devido à queima de borrachas e plásticos ou pela inalação de metais perigosos. Atentos que com o vento fraco a dispersão é muito lenta, pelo que a ação do fumo sobre a comunidade é mais prolongada.
Estou a imaginar a resposta do Senhor Presidente que será tipo “é só um fumo” como aquela famosa "água com muito Sal”.
Com um novo executivo camarário, resultado das eleições de 2020, os problemas agravaram-se e passados 2 anos, não conseguiram, apresentar uma única solução para o problema da lixeira ou um estudo que permita que outras soluções sejam encontradas para esta problemática, mas continua a “basofaria” quando compram mais contentores para o saneamento como que isso é o problema principal do lixo na ilha.
Mas planear é uma palavra proibida nesta Câmara.
Prometeram a colocação de contentores subterrâneos, mas podemos constatar que os projectos do asfalto e calcetamento não contemplam a colocação de contentores subterrâneos ou espaços reservados para que no futuro seja mais fácil instalar esses contentores.
Vamos continuar com a cultura do fazer sem planear e que no futuro alguém que se encarregue de corrigir toda a asneira que está a ser feita AGORA, porque tanto o presidente como o vereador do Saneamento, Francisco Correia, não criaram as condições para a colocação desses contentores ou de resolver o problema da lixeira será por falta de capacidade técnica e vontade política para implementar medidas impopulares mas com resultados práticos na resolução da problemática do tratamento de resíduos urbanos em pequenos países insulares em desenvolvimento.
Com muitos projetos financiados pelo Fundo do Ambiente, o actual executivo camarário, não conseguiu apresentar um único projecto para acabar com a lixeira na Ilha mais turística de Cabo Verde ou para eles o desenvolvimento resumiu-se a calçadas e asfalto.
Fazer política requer força de vontade, trabalho e conhecimento, coisas que estão em falta por estes lados.
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