Os cabo-verdianos votaram no MPD em 2016 porque disseram que tinham soluções para Cabo Verde, mas o que se tem verificado é um choro constante sobre os anos da governação do PAICV. Se fosse para votar e ouvir este choro, acredito que muitos teriam outro sentido de voto. A ideia de que todos os problemas são da responsabilidade do partido anterior, começa a ficar repetitivo. No final do mandato é momento de trocarmos de bengala.
A política é historicamente considerada uma profissão honrada, embora atualmente muitas pessoas tenham uma opinião contrária. Esta mudança de opinião deve-se, essencialmente, às inúmeras promessas que são feitas pelos políticos, mas nunca concretizadas. Em muitos casos, essas promessas não são cumpridas porque o político preocupa-se mais com a relação com o seu partido do que com as pessoas que acreditaram e depositaram confiança nele através do voto.
Cada político tem um papel preponderante na sociedade, influenciando direta ou indiretamente na forma como ela é governada, além de deter o poder de influenciar ou manipular a opinião de um determinado grupo a favor de ideais ou alguém que sirva dos poderes políticos para fins escusos.
Na última intervenção da Senhora Georgina Gemie, deputada do MPD pela Ilha do Sal, ficou claro o interesse demonstrado pela mesma em defender o partido e não os interesses da Ilha que a elegeu. Enalteceu e defendeu claramente o modo de execução dos trabalhos a serem realizados nas estradas da Ilha do Sal e ainda teve a ousadia de falar em promessas.
Quando ela afirma que o Sal está a ter uma grande atenção por parte do Governo, esquece-se que calçada e betão não são alimentos, nem equipamentos hospitalares ou especialistas na área da saúde. Sobre as estradas da Ilha, lamento informar que os problemas não são para serem resolvidos nas vésperas das eleições e com promessas de um novo asfalto.
Ela, a senhora Deputada, fala da requalificação atual e da promessa de uma nova asfaltagem das estradas da Ilha, ou seja, irão tapar buracos por agora, para depois providenciar um novo asfalto. Não seria menos custoso para os Cabo-verdianos se se trabalhasse de forma planificada, evitando tapar buracos sabendo de antemão que será asfaltado?
Os problemas, assim como as soluções, são herdados de igual modo pelos governos que saem das eleições, assim como o PAICV em 2016, decidiu contratos por adjudicação direta o mesmo acontece agora com o atual governo.
Ficar-lhe-ia muito bem, se antes da próxima intervenção, tivesse um pouco mais de atenção e se recolhesse dados reais, pois, de Santa Maria a Vila Verde não é 1km e nem o trabalho que foi feito nesse troço pode ser comparado com esse “tapa buracos” que está a ser feito atualmente. Quem quer que tenha visto a obra de 2016, viu que não estavam a tapar buracos, mas sim, Terraplanagem, tela de proteção, brita e asfalto com efeito na elevação da cota da estrada, ou seja, construíram uma estrada nova e nem vou falar do troço, rotunda de Vila verde/ Rotunda de Fátima.
Como deputada eleita pelo círculo do Sal, durante todo o mandato, nunca questionou o Governo sobre o valor da dívida das ZDTI, que ronda os 15 Milhões de euros. Este valor permitiria equipar o hospital do Sal e criar todas as condições para que a zona de Terra Boa voltasse ao que era antes, uma zona agrícola, permitindo que os Salenses deixem de comprar uma cebola por 100$00. Isto também é do interesse dos Salenses.
Afirma que este Governo se preocupa com o Sal, mas continua a dificuldade em receber produtos da Ilha de São Nicolau de forma constante, prejudicando tanto os Salenses como os agricultores em São Nicolau.
A quando da aprovação do Estatuto Especial para a Praia, votou a favor do referido Estatuto. O EEP gerou tanta polémica porque iria disponibilizar mais recursos financeiros para a Capital, sendo que boa parte desse dinheiro sairia da Ilha do Sal. Mais uma vez, o amor ao partido sobrepôs ao compromisso que assumiu com quem a elegeu e confiou nela enquanto representante do povo.
Finalizando, qualquer projeto que seja apresentado nas vésperas de se terminar um mandato, não pode ser considerado prioritário ou de importância para quem os apresenta.
Se a CMS e os deputados que representam a Ilha não estivessem encostados ao partido, esta reivindicação seria muito feita e atendida, considerando a enorme atenção dispensada por parte do governo à Ilha.
Os cabo-verdianos votaram no MPD em 2016 porque disseram que tinham soluções para Cabo Verde, mas o que se tem verificado é um choro constante sobre os anos da governação do PAICV. Se fosse para votar e ouvir este choro, acredito que muitos teriam outro sentido de voto.
A ideia de que todos os problemas são da responsabilidade do partido anterior, começa a ficar repetitivo. No final do mandato é momento de trocarmos de bengala.
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