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Coronavírus ou COVID-19. Um convite desafiante à nossa Juventude
Ponto de Vista

Coronavírus ou COVID-19. Um convite desafiante à nossa Juventude

O mundo atravessa um momento particular, de provação, dado a esta pandemia que neste momento nos assola, voltando as nossas atenções respeitantes ao nosso sistema de saúde, o comportamento e a disciplina organizacional, a união dos esforços e o relacionamento familiar, a liberdade conquistada e, momentaneamente, sujeita a restrições a bem da saúde global humanitária.

Sente-se e vive-se um momento de muita ponderação, preocupação e, até certo ponto, de uma dose de ansiedade, pois ninguém conhece os limites e o fim desta pandemia e as previsões da cura e do futuro são imprevisíveis, incertos e pouco sólidos, tendo em conta a nossa vulnerabilidade e fragilidade social e regional. O que apela a todos nós a seguir religiosamente as medidas de segurança e da prevenção que são anunciadas pelas autoridades sanitárias e governamentais, promovendo a adopção de novos comportamentos que visam a estagnação e um combate firme a este vírus.

Atendendo que 60% da nossa população nacional e residente é jovem, o que nos caracteriza como uma população composta extremamente por jovens, vê-se uma grande oportunidade de convidar os nossos jovens a darem o seu contributo para um combate firme, pelo qual esta crise é o alvo a ser derrotado.

“… Como contribuir? O que se pensa fazer? Realmente é possível fazer alguma coisa? Com quais condições? Será isso uma loucura?…”

Enfim, serão muitas as perguntas que poderão ser feitas até se atingir uma certa compreensão, contudo cada jovem e cada pessoa que queira contribuir, pode lá da sua zona de segurança e de prevenção a este vírus através do seu smartphone, seu computador, da internet e das redes sociais, trazer contributos importantes para o actual momento que atravessamos e também para o momento depois desta crise, pois são nas crises que surgem os argumentos certos que promovem os nossos destinos a bom porto, que surgem as soluções e que acima de tudo, aparece a IDEIA que é caracterizado por empreendedor, no caso o empreendedor social.

Se formos olhar de uma forma muito atenta e minuciosa a realidade do nosso país, pondo a nu toda a nossa situação social, a saúde e o saneamento, a falta de água e das casas-de-banho nas escolas e nas famílias; o sistema de educação e avaliação, os seus acessos; o crescimento económico e a realidade; os aumentos dos preços dos bens essenciais (gás, electricidade e água, os transportes, a comunicação, etc.); o salário mínimo vigente no país; as formações e a sua importância e impacto real; a robustez e as fragilidades das empresas e dos empregos; os concursos públicos; os planos de mitigação dos maus anos agrícolas; as pensões sociais; a realidade das prisões; a situação das crianças, adolescentes, jovens, idosos e mulheres face  às vulnerabilidades sociais; a habitação condigna; a criminalidade em todas as formas e vertentes sociais; o cumprimento escrupuloso da nossa Constituição da República; de entre demais gastos que se fazem de forma desnecessária perante este quadro; é notório percebermos que muitas políticas públicas, sociais e estruturais e, acima de tudo com uma atenção especial ás famílias, carecem de uma reestruturação profunda e séria, com uma nova e melhor abordagem, a fim de se recriar novas atitudes, novos ideais e, acima de tudo, novas dinâmicas e formas de fazer o nosso país.

Nesta óptica, o COVID-19 convida e desafia a nós os jovens para uma profunda reflexão e para um debate sério, apelando a uma contribuição de todos os jovens das mais diversas latitudes, desde cidades até ao interior; da contribuição técnica dos nossos universitários, dos técnico-profissionais, dos jovens munidos de conhecimentos associativos, comunitários e religiosos, mimados pela razão e seriedade que nos é incumbida de forma para que se possa conseguir alcançar a ideia que melhor se assenta num novo paradigma de reestruturação e de desenvolvimento do nosso país e que vá junto, sem deixar ninguém para trás, olhar e agir a bem e para a dignidade do nosso povo.

A nossa juventude transformar-se-á, assim, num importante instrumento de visão democrática construtiva, potente e dinamizadora, capaz de alavancar a adopção de uma postura do bem e pró-ativa compartilhada para que se possa ter no futuro um Cabo Verde melhor.

30-03-20

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Redação