Não é previdente quem quer, é previdente quem sabe ilustrar a Voz do Coletivo!
Durante meses, de forma insistente e diversa, demos nota da tragédia que atormenta o Serviço Público de Educação!
Legitimamente aspirando participar na resolução dos problemas,
que afectam o regular funcionamento das instituições democráticas,
solicitámos audiências,
exigimos vetos, para evitar o decreto de novas indecências
reivindicámos medidas, para estancar a propagação das vilanias,
alertámos para as ruinosas consequências da ribaldaria governativa,
enfrentámos, nas escolas e na Rua, a prepotência administrativa,
denunciámos os vícios que corrompem as instituições,
revelámos agendas ocultas e poderes discricionários,
dissertámos sobre os abusos e os desmandos do executivo,
exigimos responsabilidades aos promotores do caos que habita Portugal,
Porém, Marcelo subsidiário do sistema que fez dele Presidente,
não manifestou qualquer disponibilidade para considerar os apelos da Escola e da Rua,
pelo que, em linha com a arquitectura político-mediática dominante,
irrelevou a intervenção cidadã, desprezando a previdente Voz de Um Coletivo!
Mas, como somos esclarecidos e resilientes, a sua indisponibilidade não nos surpreendeu, tão pouco nos demoveu! Conscientes da relevância cívica e da justiça das nossas reivindicações, seguimos determinados, enfrentando a autocracia das lideranças e os abusos da maioria socialista, exigindo em praça pública a sua Demissão!
Fizemos quilómetros para irmos ao encontro do Chefe deste miserável Estado, por diversas vezes estivemos perto, conversamos de fugida, ouvimos olhos nos olhos o Cante alentejano, viajamos pela correnteza do Douro e na plenitude da paisagem inconformada celebrámos com ilustrada ousadia o Dia de Portugal.
Na Rua, nas inúmeras ações de protesto, contra tudo e quase todos, alertámos para a urgência da DEMISSÃO dos promotores da miserável governança socialista!
Mas, como a arquitectura política dominante, que produz presidentes, despreza a previdente Voz dos cidadãos praticantes, durante meses a demanda pública da Demissão foi escondida num monte de ramos mortos. Ainda assim, apesar de desconsiderada, a insurgência do Coletivo não se extinguiu, pelo contrário, robusteceu-se e persistiu na denúncia da degradação da ação governativa. Pelo que, os ramos acabaram por ceder e a Demissão, infelizmente mais tarde do que cedo, ficou exposta.
Lamentavelmente, a incúria do Chefe de Estado, que tolerou tempo de mais a putrefação da maioria, enleou as instituições democráticas no apodrecimento da Maioria e nos pérfidos negócios de Costa que, no entretanto, alegou ter perdido os amigos todos!
Porém, nem tudo, nem todos se deixaram enredar na salobra ignomínia da governance política!
Livres de ónus e opróbrios, escapou ilesa a Iconografia Coletiva que ousou dar corpo ao contraditório e ser alma da oposição, que fizeram a governança socialista perder o Norte!
Contudo, sem surpresa, nos relatos mediáticos dos factos que conduziram à dissolução da maioria, redigidos à medida dos interesses políticos das circunstâncias, não consta qualquer referência à insurgente Iconografia que, bem mais cedo do que tarde, exigiu na Rua a demissão de António Costa! De facto, no presente quadro de promiscuidade entre os órgãos de soberania e o establishment mediático, qualquer menção à matéria em apreço seria considerada uma afronta às bases do sistema, risco que relator algum estaria disponível a incorrer, dado que a manutenção das avenças e dos poderes a que estão subordinados não é compatível com o altruísmo da insurgência cívica!
No entanto, a omissão dos factos que praticaram, não conseguiu adulterar o que realmente sucedeu e, de facto, o que aconteceu está à vista de todos - a insurgente Iconografia Coletiva teve um impacto decisivo na exposição da degradação da ação governativa, que haveria de culminar no pedido de Demissão de António Costa, 587 dias após a formação do XXIII governo constitucional.
Nesse imenso lapso de tempo, muito do que se perdeu poderia ter sido evitado.
Bastava para tal que o Chefe de Estado tivesse cumprido as suas incumbências, nomeadamente, considerado a previdente iconografia do Coletivo, que na Escola se ergueu e à Rua saiu para Salvar a Razão!
Lamentavelmente, como essa não foi a sua opção, acabou por condenar a República a mais 124 de dias de privação e angústia, para evitar a única perda que o atormenta - deixar escapar o controle do seu reinado, exclusivamente consagrado ao aperfeiçoamento da sua imagem pessoal e da sua história familiar.
Marcelo, de facto, não se apoquentou com a tardia exoneração do primeiro ministro Ministro. Focado nos seus objetivos pessoais, encontrou forma de serenar a contestação social que o apoquentava, engendrando uma solução solvente para borrifar o país, prometendo que lá para a Primavera a dissolução dos abusos da maioria estaria concluída.
No entretanto, o país será submetido a mais uma colossal humilhação, a exonerada governação, liderada pelo exonerado primeiro ministro, manter-se-á em funções e o parlamento, ainda que manco, aprovará o orçamento para o ano que há-de vir com eleições no firmamento!
Ante a promulgação do caos e a abertura oficial da caça ao voto, não será necessário ter especiais dotes de adivinhação para antecipar que a ignomínia irá continuar a florescer, com a celeridade típica das espécies daninhas. Pelo que, agora mais do que nunca, será imperativo intensificar a insurgência da contestação social, que a todos apanhou desprevenidos, para impedir que a miserável governance política continue a degradar as instituições e a corromper a República!
Agindo individualmente ou sendo corpo e alma de Um Coletivo, urge manter o foco, a irreverência e os lápis bem afiados para defender a Razão e a Classe, que tanto têm faltado aos titulares dos órgãos de soberania deste desvairado Estado!
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