A UCID questionou hoje o Governo sobre um conjunto de infraestruturas de saúde previstas no Orçamento do Estado de 2023 (OE’23), “boa parte” das quais, a meio do ano, “sequer foram iniciadas”.
Em conferência de imprensa, no Mindelo, a deputada e secretária executiva dos democratas cristãos, Zilda Oliveira, exemplificou com a construção em diferentes ilhas e concelhos de centros de saúde, e da maternidade, pediatria e unidade de cuidados intensivos, em São Vicente.
A parlamentar aludiu ainda à instalação de um centro de simulação médica e um centro técnico de manutenção de equipamentos médicos, na ilha de Santiago, para além da construção da nova sede da Delegacia de Saúde da Praia.
“Faltam ambulâncias para o programa de emergência médica, faltam equipamentos, como o aparelho de TAC para o Hospital Baptista de Sousa”, concretizou a deputada, que voltou a propor um regime de exclusividade para uma parte dos médicos nos dois principais hospitais do país.
“Exigimos investimentos nas capacidades de diagnóstico e de intervenção, e uma aposta maior na humanização do atendimento”, concretizou a mesma fonte, capaz de proporcionar, prosseguiu, a prestação de “mais e melhores cuidados de saúde” à população cabo-verdiana.
Num diagnóstico à situação da saúde no arquipélago, Oliveira sustentou que ela é “preocupante”, uma vez que as vulnerabilidades e as assimetrias persistem no sistema, afectando “de forma agravada e directa” a população mais vulnerável.
A deputada mencionou ainda o défice de médicos especialistas ou de um programa de mobilidade de alguns especialistas para ilhas desfavorecidas neste campo, situações de “ruptura constante” de estoque de medicamentos essenciais e a deficitária transferência de doentes entre municípios e inter-ilhas, entre outros.
Do rol de necessidades para o sistema de saúde, na perspectiva da UCID, a parlamentar pediu que se cuide dos que cuidam, se aposte no planeamento e desenvolvimento pessoal dos trabalhadores da saúde, mais investimentos na formação de especialistas e a criação de sistema de avaliação contínua e monitorização do sistema de saúde.
Para a deputada e secretária executiva da UCID, o país conta ainda “inúmeros desafios” no sector da saúde, sem minimizar, como referiu, os investimentos feitos pelos sucessivos governos e com “impacto siginificativo” na redução da taxa de mortalidade infantil e materna, no aumento da taxa da cobertura vacinal e no “combate eficaz” e na contenção de pandemias, entre outros.
“Infelizmente, nem todos têm acesso aos cuidados de saúde como deveriam e, quando o têm, muitas vezes não são de boa qualidade”, finalizou a deputada Zilda Oliveira.
Comentários