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São Vicente: Grupos civis pedem encontro ao mais alto nível para analisar situação da câmara municipal e do País
Política

São Vicente: Grupos civis pedem encontro ao mais alto nível para analisar situação da câmara municipal e do País

O Movimento para Desenvolvimento de São Vicente e Sokols pediram hoje um encontro ao mais alto nível para analisar a instabilidade na Câmara Municipal de São Vicente e a situação do País, que “está a patinar”.

O apelo foi feito pelo porta-voz, Maurino Delgado, que falava em conferência de imprensa, no Mindelo, para abordar o impasse registado na edilidade sanvicentina desde o mês de Janeiro último.

Segundo a mesma fonte, a situação da câmara e no País “precisa de um olhar ao mais alto nível”, com o Presidente da República a promover encontros com o primeiro-ministro, com o presidente da Assembleia Nacional, com o procurador-geral da República, com o presidente do Conselho Superior de Magistratura Judicial e com o provedor de Justiça.

“Para analisar a situação política do País, para melhorar a governação, para fortalecer a democracia e o estado de direito, porque o País está a patinar e o cidadão consciente sente-se inseguro”, sublinhou.

Para Maurino Delgado é “urgente” agir sobre a instabilidade na Câmara Municipal de São Vicente e sobre os “graves riscos” de ter um presidente que “não é controlado no exercício do poder”.

“A instabilidade que se vive não é apenas uma crise política e administrativa local, é também um sintoma grave de um país mal-governado, em que as instituições não funcionam ou funcionam mal”, asseverou, apontando o dedo ao Governo, assembleia e tribunais.

Conforme a mesma fonte, o presidente Augusto Neves, que considerou ser um “autocrata assumido” é o rosto da instabilidade por ser “um homem que não aceita um pensamento diferente do seu em nenhuma circunstância, que tem uma sede de poder e com quem é impossível chegar a entendimentos”.

Mas, ajuntou, Augusto Neves encontrou algumas circunstâncias que o ajudaram a construir o seu poder pessoal, como “um sistema político que não funciona, uma sociedade civil pouco atenta aos problemas institucionais que lhe dizem respeito, um partido que privilegiou os interesses eleitoralistas em detrimento da competência e maturidade dos candidatos e mecanismos institucionais que não funcionam ou funcionam mal”, enumerou.

“Consequentemente, a câmara não fiscaliza o presidente, a assembleia não fiscaliza a câmara e o Governo deixa andar. O Augusto autocrata é consequência do desleixo das instituições de controle”, criticou.

Maurino Delgado afiançou que continuar a procurar o entendimento é “pura perda de tempo” e por isso, a solução é “aplicar a lei”. A mesma lei que, disse a mesma fonte, prevê perda de mandato para “vereadores incumpridores”.

O representante dos movimentos civis defendeu que se for preciso, deverá ser tomada a decisão de eleições intercalares, mas, pede que as instituições intervenham e ponham em prática a legislação.

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