O presidente do partido PTS, “Pessoas, Trabalho e Solidariedade, Carlos Lopes, conhecido por Romeu di Lurdis, manifestou hoje, a intenção de se candidatar à Câmara Municipal da Praia nas autárquicas de 2024, propondo uma “governação aberta e partilhada”.
Em declarações à Inforpress, o líder político disse que o PTS vai entrar na corrida para as autárquicas de 2024, por entender que há necessidade de novos partidos, outras forças políticas na câmara, neste caso concreto na Câmara Municipal da Praia, onde apresenta a sua candidatura.
“A proposta que apresentamos à Praia, também em São Vicente e noutros municípios que pretendemos concorrer, é de uma governação aberta e partilhada, com representação de outros partidos, mas com poder de decisão”, explicou, adivinhando, para isso, uma “luta forte” contra a abstenção.
Isto porque, no seu entendimento, a abstenção é uma forma de “ignorar” tudo o que está a ser feito e o que não está a ser feito, pelo que o PTS vai “desbravar o terreno político”.
“Quebrar o medo que existe no seio da juventude, posicionar-se e apresentar as suas ideias. Mostrar a necessidade de mais partidos e forças políticas estarem em lugares de tomada de decisões”, manifestou, antevendo um “trabalho forte” perto da camada jovem, particularmente.
“A gente aprende com as eleições. E nós queremos estar onde se tomam decisões. Por isso, o objectivo é trabalhar fortemente, principalmente a mentalidade dos cabo-verdianos em relação à esfera política, porque existe um medo, receio… o que se compreende, na medida em que não temos tido bons exemplos, boas referências na área política”, exteriorizou, renovando que o objectivo do PTS é congregar ideias, forças, escutar as necessidades e os anseios da população.
Desde os problemas da saúde, habitação, segurança, entre outras inquietações.
“Todos os problemas que têm estado a sacrificar a população de Cabo Verde. Não se tem ouvido nem escutado a população, os munícipes. Então, vamos trabalhar no sentido de mobilizar as pessoas que não querem saber de ouvir falar nas eleições, mostrar-lhes que quanto mais afastarmos menos forças de decisão teremos”, revelou o líder do PTS.
Segundo Rumeu di Lurdis, uma força política fora do arco do poder tem mais dificuldades em mobilizar as pessoas, dado ao medo de represálias, porém isso lhe inspira, conforme conta.
“Temos uma convicção e acreditamos que nós, o PTS, somos um valor acrescentado, não só na questão eleitoral, mas também no processo governativo. Propomos defender os interesses do povo com convicção, de forma destemida, mas educada”, salientou, comentando que a entrada do seu partido na corrida eleitoral, onde irá enfrentar grupos “fortemente preparados”, é para conquistar os que já não acreditam na política e nos políticos.
“Esses são em maioria. Então isso nos inspira e anula o nosso receio. O PTS é uma força política determinada, com muito moral, ku coraji fitxado (firme e forte), com vontade de trabalhar e dar o seu contributo para o desenvolvimento de Cabo Verde. Acreditamos que existe espaço para nós”, concluiu o líder do Pessoas, Trabalho e Solidariedade.
A sigla PTS, conforme Rumeu di Lurdis, passou a ter novo significado, ou seja, “Pessoas, Trabalho e Solidariedade”, em vez de Partido do Trabalho e Solidariedade, com a alteração dos Estatutos do Partido, durante o último congresso, em Agosto de 2021.
Di Lurdis finaliza, lançando o repto no sentido de as pessoas irem votar e não ficarem em casa, no dia das eleições, evitando, assim, o ciclo de governação por “bastante tempo”.
“Dando lugar à nova visão, novas propostas, novas ideias, nova abordagem… estar ciente de que uma nova proposta política poderá trazer grandes ganhos. O nosso objectivo essencial é tornar cada município onde nos vamos candidatar mais agradável e um Cabo Verde mais próspero e com um nível de inclusão e desenvolvimento maior”, enfatizou, ciente das “desigualdades” nesta corrida às autárquicas que se avizinham.
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