O líder do Partido Africano da Independência de Cabo Verde, Rui Semedo, mostrou-se hoje reservado quanto à possibilidade de se recandidatar a um segundo mandato como presidente do PAICV, partido que lidera desde 2021.
Segundo Rui Semedo, a certeza que tem é que o Congresso do PAICV para eleição dos novos órgãos deverá acontecer até Abril do próximo ano, mês que tinha sido realizado o último Congresso, que termina o mandato global das estruturas e dos órgãos eleitos na ocasião.
“Até o final de Abril, teremos que fazer, obrigatoriamente, este Congresso. A Comissão Política vai ter que pedir a convocação do Conselho Nacional, que, por sua vez, terá que convocar o Congresso e as eleições directas internas.
Portanto, vamos ter que seguir esses passos com os órgãos”, explicou.
Referiu que qualquer data que avançasse agora seria contrariar os princípios e uma violação às competências dos órgãos que deverão tomar tais decisões.
O Congresso é o órgão de apreciação e definição das linhas gerais da política nacional do partido. Compete-lhe, entre outros, apreciar e definir as linhas de orientação política, aprovar e modificar os Estatutos e a Declaração de Princípios do Partido.
Face aos resultados das autárquicas, um trampolim para as legislativas de 2026, questionado se o PAICV tem ou está a preparar um candidato forte para fazer frente a Ulisses Correia e Silva ou outro, Rui Semedo garantiu que o partido vai ter sempre um candidato à altura dos desafios do país, tendo várias soluções e alternativas.
“Vai construir uma solução tanto ou quanto possível consensual. A garantia que posso dar é que, qualquer que seja o dirigente do partido que vier a ser eleito, estará à altura dos desafios do país. O PAICV não tem falta de lideranças e candidatos que possam cumprir essa missão…provámo-lo agora”, enfatizou, estribado nos resultados das eleições autárquicas.
Entretanto, instado a pronunciar se será ou não candidato, entendeu esquivar-se para não abrir o jogo.
“Esta pergunta é interessante… Está a ser feita desde o primeiro dia que fui eleito para presidente do partido. O que posso dizer é que me enquadro numa solução que tenha um amplo apoio do partido, das pessoas, militantes, mas uma solução também construída e que garanta as respostas para os desafios que temos pela frente”, apontou.
Segundo o líder do partido da “estrela negra”, seria precipitado da sua parte aflorar qualquer coisa neste momento, tendo-se comprometido consigo mesmo de não “falar nada” a propósito, antes da reunião do Conselho Nacional que irá marcar o Congresso.
“Na reunião do Conselho Nacional farei uma comunicação ao país, a respeito da minha disponibilidade ou não. Sempre estive disponível para o partido, a minha disponibilidade não depende das vitórias ou das derrotas”, finalizou.
Nas eleições autárquicas de 01 de Dezembro, o PAICV conquistou 15 câmaras municipais, contra sete do Movimento para a Democracia (MpD).
Comentários
Godzilla, 11 de Dez de 2024
Rui Semedo já era. Um lider di um partido ki ganha autarquicas moda é ganha ku um discurso di keli, dja sabi di antemão ki alguem sta dal golpi e passal pa frenti. Se é Janira, Tchico ou mesmo Nuias n ka sabi. Certo é ma Rui Semedo na abril ta ba xinta.
Responder
O seu comentário foi registado com sucesso.
Zé P., 9 de Dez de 2024
Acho que politicamente o sr. Rui age corretamente em não dizer se vai ou não cadidatar-se, pois independente disso, ainda terá de liderar o partido até às próximas eleições. Acho que o PAICV têm nomes interessantes, e embora eu tenha minhas preferências, nomeadamente, o sr. Francisco Carvalho, não acho que uma disputa interna, feita com responsabilidade, mancharia o partido. O importante é não passarem do ponto, pois precisarão de união para quando das próximas legislativas.
Zé P., 9 de Dez de 2024
Em relação à necessidade de se ter união, é preciso ter em mente que união não é tanto sobre pensar o mesmo, mas mais sobre ter o mesmo objetivo ("pensar por nossas próprias cabeças" dizia um homem muito a frente do seu tempo). Se o objetivo for de facto o melhor para Cabo Verde, não há o que temer para a próxima eleição à liderança do partido.Zé P., 9 de Dez de 2024
Em relação ao Francisco Carvalho, já há algum tempo que percebo que ele está preparado para levar o país ao seu melhor. Até às próximas eleições à liderança no próximo ano, terá tempo para se fortalecer ainda mais como político nas suas plataformas e como pessoa. As pessoas precisam tentar ver para além do óbvio para entenderem que o Francisco Carvalho não é, e nunca foi um corpo estranho na política séria e responsável.Responder
O seu comentário foi registado com sucesso.
Casimiro centeio, 7 de Dez de 2024
Correto !
A humildade é o apanágio de um verdadeiro líder ! A coerência é a lógica da coesão e força da nossa Organização política. Nenhum Poder é perene.
Guiamo-nos pelos princípios estabelecidos.
Responder
O seu comentário foi registado com sucesso.
Victor Fortes, 7 de Dez de 2024
O nível da política que se pratica em Cabo Verde é proporcionalmente inversa aos anis de democracia que já temos. Além de RL, de quem sou fã, os políticos que fazem melhores análises, que são mais críticos e incisivos com a verdade são aqueles que acabaram de perder o tacho que os segurava ao poder. É um facto curioso!
Responder
O seu comentário foi registado com sucesso.
Victor Fortes, 7 de Dez de 2024
Há uma crise de liderança política mundial, e em Cabo Verde isso é cada vez mais gritante. Se não fosse, por um lado, alto índice de pobreza, e, por outro, uma certa mordomia para grande parte dos políticos, teríamos chegado a uma decadência catastrófica. É bom que se pense nas consequências dessa forma de fazer política em Cabo Verde: sem ética, sem moral, sem transparência, sem sensibilidade, sem bom senso, sem dó nem piedade.
Responder
O seu comentário foi registado com sucesso.