A Bancada Municipal do PAICV manifestou hoje o seu “apoio incondicional” à decisão da Câmara Municipal da Praia de desmantelar e relocalizar o “esqueleto” do mercado de coco para a Achada de São Filipe.
Esta declaração foi feita em conferência de imprensa proferida hoje por Aquiles Barbosa, líder da bancada municipal do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), na sequência do pronunciamento contra da oposição que considera o anúncio do desmantelamento do mercado do coco, uma “absoluta insanidade” e uma “ideia obcecada e louca” que prejudica os interesses dos praienses.
“Entendemos que tal posicionamento não foi tomado, nem de ânimo leve e nem de forma irreflectida como pretende fazer crer a oposição, sendo certo que esta obra da vergonha com orçamento inicial de cerca de 350 mil contos, já atingiu uma derrapagem financeira de 300 por cento, um valor incomportável, revelando-se um verdadeiro sorvedouro do erário público”, declarou.
Segundo este responsável, passado mais de uma década do início das obras em 2011, já foram enterrados mais de 450 mil contos no local, somados a outros 550 mil contos derivados de gastos em empréstimos obrigacionistas, totalizando a impressionante cifra de um milhão de contos.
Indicou por outro lado, um relatório elaborado pela empresa Construções de Cabo Verde, seis anos depois do início das obras, segundo o qual a estrutura não verificava os requisitos mínimos, salientando que prevalece uma enorme dificuldade em entender as verdadeiras intenções da oposição e a sua insistência em querer obrigar a autarquia a colocar milhares de vidas humanas em perigo.
Neste sentido questiona o porquê de o líder da bancada da oposição continuar a insistir na narrativa de considerar que o mercado de coco é uma infra-estrutura técnica e viavelmente concebida e o porquê do Governo insistir no quadro do PRAA, em enterrar mais 350 mil contos neste “elefante branco”.
Conforme Aquiles Barbosa, as chuvas torrenciais de Setembro de 2020 expuseram uma outra “gritante fragilidade” resultante da localização e do tipo de solo que alberga esta infra-estrutura, adiantando que o piso térreo da obra ficou completamente inundado pelas cheias.
“O mais estranho ainda, é que o MpD não se preocupou em resolver o problema das vendedeiras do sucupira durante doze anos que esteve à frente dos destinos da capital e agora com o anúncio da actual câmara municipal que já tem solução, vem à praça pública manifestar-se preocupado com esta situação”, frisou.
Os eleitos da Bancada da Assembleia Municipal do PAICV dizem estar cientes dos custos que a recolocação deste mercado acarreta para a autarquia considerando que “não há nenhum custo superior à das vidas humanas”.
Deste modo, exortam a oposição a uma postura mais “coerente, responsável e que contribua para a solução dos problemas que afligem a Praia”.
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