Sergio Corra considera que o projeto de remodelação da Praça de Sal-Rei é o assassinato de um património cultural e histórico da Boa Vista e de Cabo Verde e pede a união dos boa-vistenses “para responsabilizarem civil, politica e criminalmente os autores deste ato macabro que é a demolição do nosso património.”
Num documento enviado a Santiago Magazine, este cidadão escreve Boa Vista está perante um ato gravíssimo e inimaginável que é a demolição total da encantadora e histórica praça Santa Isabel, com cerca de 10.000m2, situado no coração da cidade de Sal-Rei.
Orçado em cerca de 100 mil contos, Sergio Corra entende este projeto como mais uma manobra de especulação imobiliária para beneficiar empresários amigos da Câmara Municipal da Boa Vista, liderado pelo grupo independente BASTA.
No referido documento, o cabeça de lista do Partido Popular (PP) para Assembleia Municipal da Boa Vista, o seguinte:
“Cidadãos de Sal-Rei e de toda a Boa Vista entre Setembro e Outubro estamos a ser testemunha de um ato gravíssimo e inimaginável - a total demolição da encantadora e histórica praça Santa Isabel, património de todos e que as Leis nº102/III/90, nº 28/VIII/2013 e o EROT nº32/2016 obrigavam a ser declarada património e ser preservada.
Trata-se de um ato de gravidade absoluta executado pela Câmara Municipal gerida do partido dominante o BASTA-MPD, pois não se pode desintegrar um património tão importante que é testemunho com valor de civilização ou de cultura, portador de interesse cultural e turístico relevante, o que requer proteção e valorização.
O plano de ordenamento do território, publicado no dia 17 de março de 2016, obrigava que o centro da cidade de Sal-Rei fosse classificado como património cultural, ficando imediatamente sujeito a Lei nº102/III/90 que foi aprovada sob indicação da UNESCO da qual Cabo Verde faz parte.
Uma obra com esta envergadura não era possível arrancar sem apresentar o projecto explicando exatamente que estava programado a demolição total de um património de mais de 100.000.000$00, sem contar o valor histórico e sem organizar um referêndum popular, para além de estar a acontecer em cima de uma campanha eleitoral que vai prejudicar a próxima Câmara Municipal a ser eleita no dia 25 próximo.
Do ponto de vista da sustentabilidade económica é ainda mais grave porque não há fundos próprios e será realizado com total recurso a empréstimo bancário por parte da SDTIBM, que é cúmplice deste crime contra a nossa população.
Até este momento não foi colocada a placa com o projecto executivo, embora sabemos que vai ser a maior especulação imobiliária nunca realizada em Boa Vista.
A nossa amada Praça Santa Isabel, com uma extensão de mais de 10.000m2, símbolo e orgulho da nossa história, na sua antiga arquitetura e grandiosidade, nada a invejar às maiores praças das cidades dos países europeus mais evoluídos.
Precisamos responsabilizar civil, política e criminalmente os autores deste ato macabro que é a demolição do nosso património.”
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