O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, voltou hoje a apelar à paz e ao fim da guerra com a Ucrânia e disse que “no momento certo” a Rússia vai indicar um novo embaixador em Cabo Verde.
“No momento certo a Rússia indicará um embaixador, não depende de Cabo Verde essa indicação, e as nossas relações são normais. O posicionamento de Cabo Verde é conhecido assim como o de vários outros países do mundo”, respondeu o chefe do Governo, quando questionado durante uma visita à Maternidade do Hospital Agostinho Neto, na cidade da Praia.
O Governo de Cabo Verde não aceitou em 2021 a nomeação da ex-procuradora geral na Crimeia Natália Poklonskaïa como nova embaixadora russa na Praia e em janeiro último Ulisses Correia e Silva disse que aquele país ainda não tinha apresentado um pedido que antecede a acreditação de uma missão diplomática estrangeira num país.
A imprensa internacional noticiou em 2021 que Natalia Poklonskaïa está sob sanções da Ucrânia, União Europeia, Estados Unidos da América, Canadá e Japão, entre outras acusações pendentes, devido à intervenção no processo de anexação da Crimeia pela Rússia.
Na mesma altura, a imprensa internacional noticiou que além do pedido de agrément para a indigitação de Natalia Poklonskaïa, o Governo russo pretendia que a nova embaixadora circulasse em Cabo Verde com pessoal de segurança armado.
Cabo Verde foi um dos 141 países que votaram na semana passada a favor da resolução das Nações Unidas que repudia a ofensiva militar da Rússia na Ucrânia.
Na altura, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Figueiredo Soares, explicou que o sentido de voto do arquipélago está alinhado com os valores defendidos pelo Estado, nomeadamente a integridade territorial dos países.
“Nós condenamos, de facto, qualquer ato que tenha a ver com agressões de um país, em relação a outro, e não podíamos ficar indiferentes perante esta situação que se está a viver na Ucrânia”, disse o chefe diplomacia cabo-verdiana.
O primeiro-ministro voltou a pedir paz e o fim da guerra. “Estamos numa situação mundial de guerra que acontece na Ucrânia, aquilo que nós desejamos é que haja paz e que esta guerra termine”, apelou.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,7 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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