O presidente do Partido Popular (PP), Amândio Vicente, apontou hoje, na Praia, “falhas graves” nas acções do Governo e na gestão do país, considerando que as políticas actuais do Executivo do MpD aumentam a pobreza em Cabo Verde.
Amândio Vicente falava à Inforpress, à margem da reunião realizada para uma reflexão sobre a política em Cabo Verde, na qual abordou “questões fundamentais” como a promoção do bem-estar, a qualidade de vida do povo cabo-verdiano, a erradicação da pobreza e a igualdade de oportunidades.
O presidente do PP ressaltou que, apesar das promessas do Governo, as acções para a erradicação da pobreza extrema até 2026 não passam de propaganda enganosa.
"O Governo cabo-verdiano não vem materializando essas acções de promoção do bem-estar, da qualidade de vida do povo cabo-verdiano, do combate à pobreza e da promoção da igualdade de oportunidade entre os cidadãos", afirmou o líder dos populares, argumentando que as políticas actuais “aumentam” a pobreza e a miséria no país.
Segundo Amândio Vicente, o "elevador social" em Cabo Verde está “avariado”, beneficiando apenas as empresas, enquanto a maioria da população continua sem acesso a uma vida de qualidade.
O dirigente do PP citou, como exemplo, o “aumento significativo” dos lucros dos bancos, que cresceram dez vezes entre 2012 e 2022, enquanto os salários dos trabalhadores reduziram.
O responsável partidário também destacou a questão da segurança pública, afirmando que os cidadãos vivem em “pânico” devido ao aumento da criminalidade.
Amândio Vicente criticou a política de tolerância zero do Governo, que considerou “um grande fracasso”, e mencionou a falta de policiamento de proximidade.
Além disso, apontou “problemas sérios” na habitação, saúde e transportes.
“Muitas pessoas vivem em condições precárias, com falta de equipamentos e medicamentos nos hospitais e uma gestão ineficaz dos transportes aéreos e marítimos. Gastamos dinheiro, quando nos hospitais falta dinheiro para investimento, nós esbanjamos o dinheiro no transporte aéreo", citou.
Amândio Vicente considerou ainda que a comunicação social é totalmente controlada pelo Estado e que a justiça está comprometida, com casos de perseguição política, como o de Amadeu Oliveira, que está preso.
Em resposta a esses desafios, anunciou que o partido vai retomar a actividade política para mobilizar a população contra o actual Governo.
"Nós temos o nosso programa que, na verdade, a ser posto em prática, vai combater essas injustiças", afirmou.
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