O PAICV disse hoje no Parlamento que “é lamentável a forma simplista e irresponsável”, como vem sendo encarada a proibição da TACV voar para Europa.
Fazendo a declaração política do seu partido hoje no Parlamento, o deputado Julião Varela relembrou que para voar para a Europa a TACV é, agora, obrigada a recorrer ao aluguer de aviões com tripulação incluída, deixando todo o seu pessoal em terra, “aumentando ainda mais os custos o que certamente irá obrigar o Governo a injetar mais dinheiro e mais avales”.
“E, ao que parece, não foi por falta de aviso. Informações vindas a público asseguram que a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) havia alertado a administração da TACV em Setembro de 2021 para a necessidade de passarem para a certificação designada como TCO (Operador de Terceiro País, não europeu que realiza voos comerciais para a UE), que é uma autorização de segurança operacional, emitida pela EASA”, disse.
Para Julião Varela, a “forma displicente” como esta informação foi tornada pública, a “incompetência e a irresponsabilidade” face a requisito “tão básico”, mas relevantes da aviação civil, como é o caso em apreço, são sinais de marca da gestão da companhia e da própria governação do país.
“O amadorismo e a mediocridade parecem ter tomado conta das questões sérias da governação do País e instalado definitivamente nos TACV que nem sequer cumpre a obrigação de informar ao País e aos operadores as razões desse inédito acontecimento”, acrescentou.
Este parlamentar frisou ainda que os Cabo-verdianos sabem que no domínio da certificação, a TACV e a aviação civil cabo-verdiana têm um histórico de competência e boas práticas.
“Este novo episódio vem juntar-se ao quadro já muito precário da TACV, com os trabalhadores a viverem numa grande incerteza com sucessivos atrasos no pagamento de salários além da ameaça de despedimentos e redução de salários. A esta situação, em si muito grave, junta-se um novo facto a ser esclarecido. Referimo-nos ao desfecho, por meio de negociação extrajudicial, do processo do avião arrestado na ilha do Sal, há um ano atrás. O Primeiro Ministro, parco em palavras, em linha com a grande capacidade de omissão deste governo, disse que tudo esta resolvido. Resolvido como?”, questionou.
Julião Varela perguntou ainda que o País já recebeu tudo o que tinha a receber da Icelandair, nomeadamente os 48 mil contos da venda inicial da empresa, como é que ficam os avales e garantias, sobre os custos com um ano de imobilização do avião no Sal, assim como as dividas com o ASA e com o INPS.
“Os cabo-verdianos precisam destes esclarecimentos e não se contentam com a mera satisfação e felicidade do Primeiro Ministro. O Grupo Parlamentar do PAICV entende que o Governo deve assumir as suas responsabilidades e dizer ao País até onde vai este descalabro que está a ser a gestão do sector dos transportes em Cabo Verde”, concluiu.
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