A presidente do PAICV, Janira Hopffer Almada, exigiu explicações do Governo sobre a demissão do ministro dos Negócios Estrangeiros, após a reportagem em Portugal ter associado o governante, Luís Filipe Tavares, à extrema-direita portuguesa.
“A situação parece ser tão grave que quero crer que não terei percebido bem! Então, um dos maiores financiadores do Chega (partido político português) é Cônsul Honorário de Cabo Verde na Florida, EUA”, questionou a líder do PAICV, numa mensagem colocada na sua conta oficial na rede social Facebook.
Uma reportagem da estação televisiva portuguesa SIC sobre o partido português Chega, emitida segunda-feira e que desde então está a motivar comentários generalizados na comunidade cabo-verdiana, identificou que um financiador do partido, cidadão português, foi nomeado cônsul honorário de Cabo Verde na Florida.
O ministro dos Negócios Estrangeiros e ministro da Defesa, Luís Filipe Tavares, pediu esta terça-feira, 12, a demissão dos cargos ao primeiro-ministro, que a aceitou, segundo uma nota do Governo.
A nota, sem avançar qualquer motivo oficial para a saída, a três meses da realização de eleições legislativas, refere que o primeiro-ministro “aceitou e apresentará, na sequência”, ao Presidente da República, “o nome do novo ministro dos Negócios Estrangeiros e ministro da Defesa”.
“Qual a relação de Cabo Verde com a extrema-direita Portuguesa? Minha gente, estamos a falar da extrema-direita. Um potencial financiador da extrema-direita em Portugal é que está a representar o nosso país? A situação é grave demais”, escreveu Janira Hopffer Almada, acrescentando que o Governo “deve explicações”.
“E não é admissível que o ministro das Relações Externas [Negócios Estrangeiros] se limite a dizer que desconhece o ‘historial’ do Cônsul de Cabo Verde, porque não as pediu”, afirmou ainda a líder do PAICV.
A demissão de Luís Filipe Tavares, que é um dos vice-presidentes do Movimento para a Democracia (MpD, no poder) ocorre no mesmo dia em que o Presidente cabo-verdiano marcou a data das eleições legislativas para 18 de abril e das presidenciais para 17 de outubro.
Com Lusa
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