A presidente do PAICV fez estas declarações à saída da Reunião da Comissão de Coordenação das Autárquicas do PAICV, realizada este sábado na sede nacional do partido, na Praia.
Segundo JHA, o partido está a trabalhar para a construção das candidaturas, considerando a sua “credibilidade, a idoneidade, o carácter de proximidade das populações” para, sobretudo, poder realizar a sua visão do poder local. “Eu falo claramente da boa governação local, eu falo do reforço do municipalismo, mas eu falo, sobretudo, da colocação do interesse público e da promoção do bem comum em primeiro lugar em todos os municípios”, acrescentou.
Quanto ao resultado do encontro hoje realizado, Janira Almada afirmou que este foi “muito positivos”. “Acabei por sair ainda com mais, com grande reforço de convicção de que o partido começou a trabalhar há mais de um ano para a preparação das autárquicas, mas, sobretudo, tem conseguido trabalhar com estratégia e uma estratégia que é partilhada nos órgãos próprios. É um trabalho que tem de ser feito com ponderação e serenidade e, naturalmente, com uma grande maturidade”, acrescentou.
Janira Almada frisou ainda que na política a maturidade é “muito importante”, pelo que não há interesse algum para o partido estar nos holofotes a partilhar as suas estratégias. “Nós queremos construir as candidaturas e tornarmos na alternativa credível que o país merece”, frisou.
E analisando o desempenho das autarquias, a presidente do PAICV disse que os presidentes das 18 câmaras municipais suportadas pelo MpD têm-se comportado mais como delegados do governo, ao invés de defenderem os interesses da população dos seus municípios.
Segundo a líder do maior partido da oposição, há “exemplos claros”, nomeadamente em São Vicente, onde, disse, depois de se ter excluído ligações internacionais da Cabo Verde Airlines (CVA), “o presidente da câmara municipal aceitou mudo e calado”.
A presidente do PAICV cita ainda a ilha do Maio, afirmando que, com os impactos da seca e do mau ano agrícola, os respectivos poderes locais “não têm reivindicado” ao governo a devida atenção. “E isso, claro, tem-se traduzido numa degradação da qualidade de vida dos cabo-verdianos em geral, mas também dos munícipes em especial”, acrescentou.
Janira Hopffer Almada prosseguiu afirmando que há exemplos de outros municípios, que “não têm definido as prioridades”. “Não é normal a taxa de cobertura a nível do saneamento que existe na praia, mas também não é normal a gestão que está a ser feita dos terrenos municipais, particularmente aqui na Praia, com a concepção de hectares de terrenos sempre a algumas empresas ou personalidades, enquanto o cidadão comum não consegue aceder a 10 metros quadrados de terreno para construir a sua casa de morada de família”, acrescentou.
O PAICV, fez saber a sua presidente, defende um poder local em que se veja “claramente a boa governação”. “Defendemos o reforço do municipalismo, mas, que na via também dê garantia de autonomia aos municípios”, frisou.
Janira Almada defendeu ainda que não poderá haver poderes que são diferentes, mas que estão a ser exercidos “numa grande confusão”. “Nós temos obras municipais que são inauguradas pelo primeiro-ministro, por não ter obras para apresentar. E, entretanto, nós temos alguns presidentes de câmaras a obedecer orientações em prejuízo dos interesses dos próprios munícipes”, denunciou.
Santiago Magazine/Inforpress
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