O PAICV criticou hoje a insegurança, os transportes, a violência e a criminalidade no arquipélago, acusações refutadas pelo MpD que considerou tratar-se de “uma narrativa criada” e apresentou um cenário optimista para 2026.
Estas considerações foram pronunciadas pelos parlamentares António Fernandes (PAICV, oposição) e Filipe Santos (MpD, poder) em conferência de imprensa, separadas, na antecâmara das jornadas parlamentares para a preparação da primeira sessão plenária de Junho, que começa esta quarta-feira.
Tendo como ponto alto o debate com o ministro do Turismo e Transportes, Carlos Santos, a discussão sobre os transportes foi proposta pelo Movimento para Democracia (MpD), para além de iniciativas legislativas para a discussão na generalidade e especialidade, ao passo que o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), elege o debate para o reforço da segurança pública.
Enquanto representante do maior partido da oposição, António Fernandes, que disse almejar um debate esclarecedor, acusou o Governo de falta de uma visão holística em relação à segurança interna e de faltar o compromisso de “tolerância zero” face à onda da criminalidade que “afronta o País”, sustentando que os processos crime aumentaram de 26 mil em 2016/17 para 29 mil em 2021/2022.
Para este deputado há uma falta de clarificação e estratégia do executivo no capítulo da segurança pública, pelo que actua, muitas vezes, perante impulsos e episódios, sublinhando que “avultados recursos disponibilizados não conseguem ter efeito na segurança interna em Cabo Verde”.
Considerou insuficiente e deficiente o sistema dos transportes, agravado com altos custos, quer para a economia, quer para as famílias e operadores, com movimentação demorada e longa e de custos altíssimos para os passageiros, condicionando toda a economia, dada a “bagunça total, com efeito para economia cabo-verdiana”, e acusou mesmo o Governo de ser caloteiro dos emigrantes.
Filipe Santos, por sua vez, frisou que o Governo “ambiciona alcançar 1,26 milhões de turistas anualmente em Cabo Verde, a partir de 2026, com 40% das entradas em outras ilhas que não Sal e Boa Vista, tradicionalmente consideradas ilhas turísticas”, porquanto elege o turismo como um dos pilares centrais da economia cabo-verdiana.
Relativamente à transportadora aérea cabo-verdiana (TACV), Santos admitiu que “a situação não é fácil”, ressalvando que desde 2020 a empresa deixou de ter rendas e continua a ter custos”, mas afiançou que está a ser feito um rigoroso trabalho para salvar a TACV, enquanto um activo estratégico para o desenvolvimento do País.
Neste capítulo anunciou uma série de medidas desenhadas para a materialização de grandes eixos estratégicos alicerçados, visando, de entre outras, a reestruturação do TACV, o inicio do “hub” no Sal, a abertura de novas rotas internacionais, a retoma das operações da CVA para Lisboa em Julho, reestruturação com a TAAG para a reposição de voos para Lisboa.
Comentários