O candidato à presidente do Movimento para Democracia (MpD), disse hoje que um líder de um partido que considera uma disputa interna fator de “divisão”, que, num “discurso bélico”, alude a “trincheiras” e “rejeita partilhar “o poder, só pode ter um nome, em Cabo Verde ou em qualquer parte do mundo, que “é antidemocrático”.
O cáustico texto do deputado e candidato à liderança do MpD é um ataque directo ao presidente do partido ventoinha, Ulisses Correia e Silva. Na publicação feita esta manhã na sua página oficial do Facebook, Orlando Dias escreveu também que “amuando”, UCS ameaça com instabilidade, colocando o partido perante uma “chantagem inadmissível”.
“Que fique claro: não cedo à chantagem nem ao medo, continuo em frente com as minhas propostas e a minha candidatura. Não gosta? Paciência! De uma coisa fica a saber Ulisses Correia e Silva: não vai ser candidato único, como das outras vezes, nem vai poder contar com o descarregamento de votos”, escreveu.
Orlando Dias afirmou igualmente que a próxima eleição para escolha do presidente do MpD “não vai ser uma farsa” e que nem os delegados e os órgãos do partido serão nomeados para dizerem “sim, senhor” ao chefe, uma vez que serão eleitos “democraticamente e com transparência”.
“Sei que há pessoas que não gostam do estilo, que ainda não se habituaram com a frontalidade com que apresento os meus pontos de vista e abanam negativamente a cabeça à minha recusa em aceitar figuras providenciais. Venho para inaugurar uma nova forma de estar na política, com verdade e sem hipocrisia. Habituem-se!”, avisou.
Dias pediu ainda para que se evite as “narrativas falaciosas” sobre “agenda pessoal” e que sua única agenda é a defesa do Partido, trazer de volta o MpD e devolver o Partido aos militantes.
“Falo olhos nos olhos, digo ao que venho e para onde vou, tudo às claras. Ao contrário de outros que, discretamente e na sombra, já entraram na campanha interna, e espero que não estejam a custeá-la com dinheiros públicos, o que seria um escândalo e uma vergonha nacional”, continuou.
Orlando Dias referiu ainda que até se pode não gostar do mensageiro, mas pediu para que se centre na mensagem.
“É verdade ou é mentira que o atual líder do MpD abandonou os militantes, criou uma estrutura de direção centralista e de poder pessoal que tem vindo a fragilizar o Partido, a impor o pensamento único e a matar a democracia interna?”, questionou.
Para sobreviver e enfrentar com segurança e confiança os próximos combates eleitorais, o MpD precisa, disse, de mudar a liderança, recuperar a confiança da militância e da base de apoio e afirmar-se junto das cabo-verdianas e dos cabo-verdianos como um projeto credível de mudança, que implemente políticas assertivas e realize as reformas estruturantes para termos um Estado eficaz, que garanta melhores condições de vida e mais e melhor democracia para o País.
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