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Orlando Dias alerta para “esquema de fraude” nas eleições internas do MpD e promete levar “prevaricadores” à justiça
Política

Orlando Dias alerta para “esquema de fraude” nas eleições internas do MpD e promete levar “prevaricadores” à justiça

O candidato à liderança do MpD Orlando Dias alertou hoje para um “esquema de fraude” nas eleições internas do partido, no domingo, 16, e avisou que caso houver fraude e descarga de votos levará os “prevaricadores” à justiça.

Orlando Dias fez esta afirmação em conferência de imprensa, na manhã de hoje, num dos hotéis da capital do País, para fazer balanço do processo eleitoral, que, adiantou, está “marcado pela parcialidade” e com o seu adversário [Ulisses Correia e Silva] a utilizar “escandalosamente” meios do partido e do Estado.

Avançou ainda que as estruturas do MpD foram colocadas ao serviço de Ulisses Correia e Silva, “ferindo o princípio democrático do tratamento igual para todas as candidaturas”, e ressaltou que a candidatura de Orlando Dias tem como obejctivo resgatar o debate interno do partido, que esteve anos “adormecido na nociva estratégia do pensamento único” que a actual liderança “obrigou a militância”.

“Pesem as tentativas em me demover, os cargos oferecidos por interpostas pessoas e a desfaçatez de tentarem que recuasse através de contactos com chefes de Estado estrangeiros, este candidato não cedeu, Orlando Dias não se vendeu!”, afirmou, acrescentando que, no domingo, os militantes do MpD vão poder escolher entre “duas personalidades diferentes, dois programas distintos e duas formas antagónicas de exercício de liderança e de poder”.

Referiu ainda sobre alegados ataques a que esteve sujeito, a ponto, concretizou, de “se renegar toda a sua trajetória no MpD e até ser acusado de ser do PAICV”, lembrando que Ulisses Correia e Silva recusou participar em debates com a sua candidatura, adiantando que caso perder as eleições internas abandona o cargo de primeiro-ministro.

“Ulisses não quis o debate porque não tem coragem de enfrentar os militantes olhos nos olhos, porque andou durante dez anos de costas voltadas para a militância, que apenas usou como tropa de choque eleitoral”, disse, realçando que a actual liderança do MpD é “barriga de aluguer de ambições pessoais”.

O candidato a presidência do MpD apontou uma série de “anomalias dentro do partido” e lembrou que, nas eleições legislativas de 2016, Ulisses Correia e Silva levou às últimas consequências o “esvaziamento e apagamento” do MpD, enquanto que em 2020 a derrota política nas eleições autárquicas fez o partido perder bastiões históricos como Praia, São Domingos e Tarrafal de Santiago.

Ao contrário do seu adversário, afirmou que caso vencer as eleições a sua postura, enquanto presidente do MpD, será dotar o partido de “forte organização política” do topo à base, retomando a orgânica das comissões políticas regionais e os núcleos locais de base, e reconfigurando a Juventude para a Democracia e as Mulheres Democratas, enquanto estruturas partidárias.

Sustentou que a ética na política e a cultura republicana foram os dois princípios centrais que estiveram na origem do MpD e que resumem as suas bases fundacionais de 1990, permitindo a sua afirmação, em termos sociológicos, como “maior partido cabo-verdiano”.

Neste âmbito, assegurou que o regresso aos princípios que estiveram na base da fundação do MpD e a mudança de liderança são a única possibilidade de reconciliar o partido com a militância e a base de apoio, aumentando as possibilidades para vitórias eleitorais em 2024 e 2026.

“Naturalmente que não podemos prever o resultado eleitoral de 16 de abril, mas a manutenção da atual liderança significaria que o MpD entrou, definitivamente, num processo de apatia e atrofia coletivas”, frisou, afirmando que o “engodo das promessas e o ilusionismo político” só poderão vencer se “os militantes forem ingénuos”.

Assegurou ainda “não baixar os braços” independentemente do resultado eleitoral, reafirmando-se convicto na vitória nas eleições do próximo domingo e disponibilizando-se sempre para o MpD e o País e para devolver o partido aos militantes.

Questionado sobre provas quanto às acusações feitas face ao seu adversário, Orlando Dias afirmou “ser visível” que os dirigentes do partido, também membros do Governo, tem-se deslocado a várias regiões em viaturas do Estado, utilizando recursos públicos.

Afirmou ainda que os recursos do partido foram utilizados apenas para apoiar a candidatura de Ulisses Correia e Silva, enquanto que o adversário não foi patrocinado.

As eleições para a liderança do MpD realizam-se no domingo, 16, e serão disputadas pelo deputado Orlando Dias e pelo actual presidente do partido, Ulisses Correia e Silva.

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