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MpD nega discriminação no relacionamento com Praia e acusa Francisco Carvalho de tentar perpetuar guerrilha politica
Política

MpD nega discriminação no relacionamento com Praia e acusa Francisco Carvalho de tentar perpetuar guerrilha politica

O secretário-geral do MpD garantiu esta quinta-feira, 10, que o Governo não discrimina a Câmara Municipal da Praia e acusou o presidente Francisco Carvalho de tentativa de instalação de uma câmara ruidosa e de perpetuar guerrilha para sobreviver politicamente.

Luís Carlos Silva fez estas declarações durante a conferência de imprensa, para reagir às declarações públicas proferidas pelo secretário-geral do PAICV, Julião Varela, acusando o Governo de bloqueio das obras do PRRA no município da Praia e de discriminar a Câmara Municipal da Praia.

“O que ficou patente na visita do secretário-geral à Praia, esta quarta-feira, é que temos uma câmara municipal que não tem obras e está unicamente à espera do PRRA. Não tem em construção campos relvados, não tem placas desportivas, não tem praças nem mercados municipais, não tem estradas calcetadas e muito menos asfaltadas. O que reforça a nossa convicção de que estamos perante uma gestão sem obras, sem rumo e que vive unicamente da guerrilha política”, ressaltou.

Segundo o secretário-geral do MpD, é do conhecimento de todos que o bloqueio das obras do PRRA foi o primeiro acto administrativo/político do actual edil, lembrando que depois da vitória eleitoral, Francisco Carvalho mandou bloquear as obras por alegações de corrupção do anterior executivo, de partidarização das obras e chegou mesmo a acusar os empreiteiros de serem do MpD e de estarem ao serviço de interesses obscuros.

“Ainda está fresco na nossa memória as declarações do presidente da CMP a vangloriar-se de que estava satisfeito porque estava a prejudicar os privados. As palavras não podem ser apagadas. Isso não é liderança, isto é um exemplo de como interesses políticos são colocados acima dos interesses reais dos cidadãos”, declarou.

Salientou que a pandemia não só trouxe desafios ao País, mas também revelou a verdadeira natureza da Câmara Municipal da Praia, isto porque sustentou, enquanto outras cidades e câmaras municipais se uniram num esforço colectivo para alavancar o financiamento do PRRA e garantir a continuidade das obras, a CMP, num claro acto de bloqueio, decidiu ficar de fora, demonstrando uma falta de visão e comprometimento.

Mesmo sem a Câmara Municipal da Praia, prosseguiu, o Governo, a Associação Nacional dos Municípios e a Bolsa de Valores avançaram com o processo e conseguiu-se a retoma das obras do PRRA em todo o território Nacional, à excepção da Praia, frisando que o edil praiense resolveu voltar atrás na sua decisão quando percebeu que estava sozinho e que a CMP estava a ficar para trás.

“O Governo e a ANMCV, mesmo depois das acusações, mesmo depois da não colaboração e cooperação, mesmo com a noção de que a CMP não ter direito, pois não tinha assinado a ordem irrevogável a partilhar a responsabilidade sobre a obrigação, aceitaram a entrada da CMP e foi-lhe disponibilizado, como todas as câmaras municipais do País, os 30% da parcela da verba inicialmente projectada”, referiu.

No entanto, realçou que não pode ser responsabilidade do Governo ou da ANMCV, e muito menos do MpD, o facto do presidente da Câmara Municipal da Praia ter uma gestão financeira desorganizada e negligente, por não reconhecer ou conhecer as suas responsabilidades e muito menos as honrar.

Quanto à questão levantada pela CMP da não justificação sobre a gestão dos 30% da primeira tranche do valor disponibilizado para as obras do PRRA, e que a câmara adianta que o dinheiro foi transferido para uma conta cuja dívida era da anterior equipa e que foi absorvida pelo banco, Luís Carlos Silva afirmou o valor foi transferido para uma conta da CMP e que a edilidade praiense é uma instituição perene.

“O grande problema do presidente da CMP é que ele não assume que a Câmara Municipal da Praia é uma instituição perene que não começou a existir a partir das eleições de 2020 com o presidente Francisco Carvalho. Não existem dívidas do anterior executivo, existem dívidas da CMP da mesma forma que a dívida pública não pode ser do anterior Governo ou deste Governo, existe dívida pública que o Governo de Cabo Verde deve cumprir”, enfatizou.

Para o MpD, o que tem o PRRA bloqueado na Cidade da Praia é a “arrogância de quem deixou o poder subir-lhe à cabeça, que mantém uma postura arrogante, conflituosa que está em permanente estado de combate político, o PRRA é uma medida de política do Governo para complementar o trabalho de requalificação e reabilitação das câmaras municipais, e que a CMP tem de também implementar a sua própria agenda de infra-estrutura da Praia.

Concluiu salientando que o desenvolvimento da cidade da Praia não pode ser refém de um projecto que visa unicamente o poder pelo poder, indicando que o MpD exige que o presidente da Câmara Municipal da Praia seja responsabilizado por sua postura beligerante e por priorizar a política acima do desenvolvimento.

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