O primeiro-ministro afirmou hoje, no Mindelo, que a moção de censura proposta pelo PAICV (oposição) “não faz absolutamente nenhum sentido” e que o Governo “está tranquilo, defendeu e continuará a defender que não tem nada a temer”.
Ulisses Correia e Silva, em primeira mão à Inforpress em São Vicente, considerou que a moção de censura é um instrumento que os grupos parlamentares têm e que podem accionar, mas que a entregue na terça-feira, 11, na Assembleia Nacional, “não faz absolutamente nenhum sentido”.
“Saímos no mês passado de um debate sobre o mesmo tema e o PAICV teve a possibilidades de, no contraditório, expor a sua posição, mas perdeu o debate e vem trazer mais uma vez o mesmo tema, agora em forma de moção de censura”, concretizou Ulisses Correia e Silva.
A mesma fonte informou que o Governo “está tranquilo, defendeu e continuará a defender que não tem nada a temer”.
“Ao contrário do PAICV, nós usamos os instrumentos e os mecanismos institucionais por isso é que nesses casos dos relatórios enviamos para o Tribunal de Contas, para a Procuradoria-geral da República, a ARAP, ainda por cima, o nosso grupo parlamentar accionou uma comissão parlamentar de inquérito”, acrescentou o chefe do Governo, tudo para, precisou, se houver dúvidas, ou algo a esclarecer, sejam esclarecidos em sede institucional.
O primeiro-ministro considerou ainda que o PAICV, desde 2016, tem vindo a fazer uma política “na base de suspeições e acusações” e, por outro lado, assinalou, “não apresenta aos cabo-verdianos nenhuma alternativa de política, nenhuma estratégia alternativa de desenvolvimento do País”.
“Vem agora com esta moção com intenção de derrubar o Governo, mas não vai conseguir, até porque as matérias estão mais que discutidas e debatidas e não vejo o que o PAICV vai trazer para além desta tentativa sistemática de promover acusações e suspeições”, finalizou Ulisses Correia e Silva à Inforpress.
O PAICV entregou na terça-feira, 11, na Assembleia Nacional, uma proposta de moção de censura ao Governo pelas “práticas reiteradas de falta de transparência” na gestão dos recursos públicos e pela “tentativa de esconder ilegalidades”.
Conforme o documento apresentado pelo grupo parlamentar do maior partido da oposição e admitido na terça-feira, 11, pelo presidente da Assembleia Nacional, em causa estão, entre outros, os casos de privatização e concessão, da gestão dos Fundos do Turismo e do Ambiente e a mais recente colocação para venda do edifício da Embaixada de Cabo Verde nos Estados Unidos de América.
De acordo com uma fonte da Assembleia Nacional a discussão e votação dessa proposta de moção de censura ao Governo deve acontecer na sexta-feira, 14, três dias após a sua admissão pela mesa da Assembleia Nacional.
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