O Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa, revelou que um ex-autarca do Mindelo, que não identificou, lhe ofereceu uma casa em domínio público marítimo, mas que recusou, o que verificou, a prazo, ter sido uma decisão sensata.
O chefe de Estado falava numa cerimónia de receção à comunidade portuguesa, num hotel do Mindelo, onde na terça-feira terminaram as comemorações do Dia Portugal, iniciadas em Portalegre, perante o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, e o Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca.
“Aqui tive a oferta de um autarca de outros tempos da oportunidade de vir a ter teoricamente uma casa situada em domínio público marítimo, em condições idílicas, mas que a minha intuição me disse que não deveria aceitar em termos de doação”, afirmou.
Marcelo Rebelo de Sousa considerou que tomou a opção certa: “Foi correto. Porventura não teria chegado a Presidente da República”.
“Teria tido o prazer de agradar a cabo-verdianos, mas não teria tido realmente aquela preocupação de isenção levada ao extremo, mas que a prazo de umas décadas acabou por se verificar que tinha sido sensata”, acrescentou.
No final da sua intervenção, o Presidente da República condecorou o escritor cabo-verdiano Germano Almeida e o ator e encenador português João Branco.
Germano Almeida, autor de “A Ilha Fantástica”, “Os Dois Irmãos” e “O Testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo”, entre outras obras, vencedor do Prémio Camões 2018, recebeu o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique.
João Branco, que chegou em 1992 a Cabo Verde, onde fundou o Grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo, do qual é diretor desde 2014, recebeu o grau de comendador da Ordem do Mérito.
Com Lusa e Observador
Comentários