A líder do PAICV, Janira Hopffer Almada, disse esta sexta-feira, 15 de novembro, que a esquerda progressista democrática tem garantido as “transformações para o progresso das nações” e para a “melhoria das condições de vida das pessoas”.
“É preciso dizer que o neoliberalismo, que vem tomando conta de alguns países, está, por um lado, a pôr em perigo a democracia e, por outro, não tem contribuído para a melhoria da condição de vida das populações”, indicou a presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde, que é também vice-presidente da Internacional Socialista (IS), família de que faz parte o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, opoisção).
Janira Hopffer Almada fez essas considerações à imprensa à margem da cerimónia de abertura do Comité África da Internacional Socialista, presidida pelo secretário-geral da organização, Luis Ayala.
Para a líder do maior partido da oposição, quando o seu partido chama a atenção para o “reforço da participação das pessoas e reforço da ética na política para a satisfação das necessidades das populações e a promoção do desenvolvimento do país”, fá-lo na perspectiva de evitar que o “populismo ganhe mais campo”.
Segundo ela, tal populismo pode ser aproveitado para se atingir objectivos outros, que “nada têm a ver” com a “promoção autêntica e genuína” do desenvolvimento dos países.
Instada sobre a relevância de Cabo Verde ser anfitrião desta reunião da Internacional Socialista para a África, afirmou que este evento se reveste de “grande importância” para o país, já que é a primeira vez que o Comité África da IS se reune com a presença de todos os seus vice-presidentes.
“É a primeira vez que isto acontece e deve-se um pouco ao reconhecimento de Cabo Verde pelo seu percurso em relação ao que conseguiu construir durante esses anos da sua independência”, indicou, acrescentando que isto também fica a dever-se a uma “perspectiva boa para o futuro”, já que, prosseguiu, o arquipélago é um país com “estabilidade” e que tem dado “exemplo nos períodos eleitorais”.
Lembrou que Cabo Verde fez a transição para o pluralismo que foi considerado “exemplar no continente africano e no mundo”.
“Isto também é o reconhecimento aos grandes feitos que o PAICV, de mãos dadas com os cabo-verdianos, conseguiu nesses anos”, realçou.
Na perspectiva da líder do PAICV, este partido, além de ter um passado, representa também uma “perspectiva e visão para o futuro, colocando os cabo-verdianos como protagonistas deste processo”.
Relativamente à avaliação da democracia em África, reconheceu que há um percurso que “precisa ser valorizado”.
“As conquistas e o percurso devem ser valorizados, reconhecidos por todos e devem nos orgulhar”, pontuou, realçando que Cabo Verde já fez um “grande caminho” nesse sentido, o que levou ao reconhecimento internacional por parte de organizações estrangeiras.
Para Janira Hopffer Almada, a problemática das mudanças climáticas e sua “crescente evolução” não deve ser ignorada, já que isto põe em perigo vidas humanas e recursos fundamentais à sua subsistência.
“Diariamente assistimos a catástrofes um pouco por todo o lado e, nós, os países africanos, não podemos estar indiferentes nas suas causas, que já começam a atingir-nos, e nas suas nefastas consequências, para as quais temos de nos preparar”, concluiu a líder do PAICV.
A Internacional Socialista (IS) é uma Organização Internacional que busca a divulgação e implementação do Socialismo Democrático através da união de partidos políticos sociais-democratas, socialistas e trabalhistas, de que o PAICV é membro activo.
Com Inforpress
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